FACES E IMPORTÂNCIA DA VIOLÊNCIA NO ROMANCE ASSIM NA TERRA COMO EMBAIXO DA TERRA, DE ANA PAULA MAIA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v5i2.29257

Palabras clave:

Violência. Poder. Personagens. Assim na terra como embaixo da terra; Ana Paula Maia.

Resumen

O presente trabalho visa elucidar considerações sobre a violência, bem como salientar sua importância na obra Assim na terra como embaixo da terra (2017), de Ana Paula Maia como mecanismo estético e estrutural do texto. A obra explora a violência por diferentes vertentes, uma delas é o vínculo entre violência e poder. O enredo nos mostra a rotina de um presídio de segurança máxima totalmente isolado, cercado pela seca, vegetação escassa e solo áspero. Além do ambiente inóspito, os prisioneiros enviados a esse presídio se deparam com um diretor extremamente autoritário, violento e sádico, Melquíades, um homem perturbado que busca poder por meio de ações violentas, ameaças e pressão psicológica sob seus ordenados e os detentos, ilustrando o conceito de violência subjetiva. Entre os detentos, um se destaca, Bronco Gil, um índio mestiço, com olho de vidro e assassino por encomenda, que fora condenado apenas por um crime, o assassinato de um prefeito. Bronco se torna o principal alvo de Melquíades, tanto  por sua postura fria e indiferente ante à autoridade do diretor, quanto por seu histórico criminal. No decorrer da trama, episódios aterradores, como a caçada humana criada pelo diretor da colônia penal nos evidenciam os reflexos da violência sobre a mente dos detentos. Melquíades expõe a perda da racionalidade e o aflorar da bestialidade em si,  devido ao fascínio desenvolvido pela violência. No entanto, a brutalidade do diretor não é a única representação de violência presente na obra, outras manifestações são abordadas por vieses que a superam, como os impactos na relação de poder e respeito entre agentes penitenciários e detentos. A compreensão do significado e significância da violência na obra de Ana Paula Maia, partir-se-á das contribuições teóricas e críticas de Hannah Arendt (2011) Slavoj Zizek (2014), Ronaldo Lima Lins (1990) e  Xavier Crettiez (2011). Para além, na compreensão do texto literário de Maia, nos aportaremos em questões de ordem estrutural da narrativa.

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Biografía del autor/a

Andre Rezende Benatti, UEMS

Doutor em Letras Neolatinas: estudos literários neolatinos (literaturas hispânicas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018); Mestre em Letras: estudos literários pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2013) e graduado em Letras, habilitação em Português/Espanhol, pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (2009). Atualmente é professor adjunto - nível IV da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Professor do quadro permanente do Programa de Pós-graduação (Mestrado) em Estudos de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Editor-chefe da REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS e membro da Associação Brasileira de Editores Científicos - ABEC. É membro da Asociación Internacional de Hispanistas - AIH e da Associação Brasileira de Hispanistas - ABH. Membro do GT de Relações Literárias Interamericanas da ANPOLL ? Associação Nacional de pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística ANPOLL. Membro do GT de Ensino Superior do Fórum de Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul - FEEMS. Presidente da Associação de Professores de Espanhol do Estado do Mato Grosso do Sul - APEEMS, gestão 2019-2020. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literaturas Estrangeiras Modernas, na qual desenvolve pesquisas relativas às temáticas da Violência, Cultura e Modernidade na Literatura Latino-americana e Espanhola, especialmente na obra de Josefina Plá.

Mylena de Ávila Ferreira, UEMS

Graduada em Letras -  Português/Inglês pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. 

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Publicado

2020-05-09

Cómo citar

BENATTI, Andre Rezende; DE ÁVILA FERREIRA, Mylena. FACES E IMPORTÂNCIA DA VIOLÊNCIA NO ROMANCE ASSIM NA TERRA COMO EMBAIXO DA TERRA, DE ANA PAULA MAIA. Revista Água Viva, [S. l.], v. 5, n. 2, 2020. DOI: 10.26512/aguaviva.v5i2.29257. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/29257. Acesso em: 7 nov. 2024.