SALVAR-SE ATRAVÉS DO RISO: UMA LEITURA PARÓDICA E NEOBARROCA DE CONTOS D’ESCÁRNIO. TEXTOS GROTESCOS, DE HILDA HILST*

Autores

  • Paulo Henrique Pergher UFSC

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i3.41704

Palavras-chave:

Hilda Hilst, Paródia, Neobarroco

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal apresentar uma leitura paródica da obra obscena Contos d’escárnio. Textos grotescos, da escritora paulista Hilda Hilst, publicada em 1992. Para tanto, definimos paródia, a partir de Linda Hutcheon, em função de seu caráter duplo: semelhança e diferença, ou seja, partilha de elementos de outro texto, mas os inverte, geralmente, de modo irônico. Para caracterizar tal movimento paródico, fazemos uma comparação entre os principais personagens da obra destacada e os de A obscena senhora D, entre Hillé e Crasso, Ehud e Hans Haeckel, buscando defini-los em razão de suas características predominantes, quais sejam, o erudito e o pornográfico. Por fim, a partir de proposições de Severo Sarduy e da ideia de neobarroco, salientamos que essa dualidade se dissolve nas obras, apresentando-se por vezes indistinta e, assim, aproximando-se da ordem barroca: a suspensão das contradições.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Henrique Pergher, UFSC

Possui Licenciatura em Letras e Literatura Portuguesa pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Referências

BAJTÍN, Mijaíl. Problemas de la poética de Dostoievski. México: FCE, 2003.

BLUMBERG, Mechthild. Sexualidade e riso: a trilogia obscena de Hilda Hilst. In: REGUERA, Nilze Maria de Azeredo; BUSATO, Susanna (org). Em torno de Hilda Hilst. São Paulo: UNESP, 2015. Disponível em: http://books.scielo.org/id/wbzch/pdf/reguera-9788568334690-05.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019.

BORGES, Luciana. Narrando a edição: escritores e editoras na Trilogia obscena, de Hilda Hilst. Estudos de literatura brasileira contemporânea, Brasília, n. 34, p. 117-145, 2009. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/3231/323127098005.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019.

CASTELLO, José. Potlatch, a maldição de Hilda Hilst. In: DINIZ, Cristiano (org.). Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2013.

CAVALCANTI, José Antônio. Hilst: exílio da oikos. Garrafa, Rio de Janeiro, v. 6, n. 18, 2008. Disponível em: http://www.ciencialit.letras.ufrj.br/garrafa16/joseantoniocavalcanti.pdf. Acesso em: 30 jul. 2019.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: MOTTA, Manoel Barros da (org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009. (Ditos e Escritos, III)

HILST, Hilda. A obscena senhora D. São Paulo: Globo, 2001.

HILST, Hilda. O caderno rosa de Lori Lamby. In: HILST, Hilda. Da prosa. São Paulo: Companhia das letras, 2018.

HILST, Hilda. Contos d’escárnio. Textos grotescos. São Paulo: Globo, 2002.

HILST, Hilda. Fluxo-floema. In: HILST, Hilda. Da prosa. São Paulo: Companhia das letras, 2018.

HUGO, Victor. Do grotesco e do sublime. Tradução do prefácio de Cromwell. São Paulo: Perspectiva, 2014.

HUTCHEON, Linda. Uma teoria da paródia: ensinamentos das formas de arte do século XX. Lisboa: Edições 70, 1989.

MORAES, Eliane Robert de. A prosa degenerada. Folha de São Paulo, São Paulo, 2003. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/resenha/rs1005200308.htm. Acesso em: 30 jul. 2019.

MORAES, Eliane Robert de. Topografia do risco: o erotismo literário no Brasil contemporâneo. Cadernos Pagu, Campinas, n. 31, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n31/n31a17.pdf. Acesso em: 30 jul. 2019.

PÉCORA, Alcir. Nota do organizador. In: HILST, Hilda. Contos d’escárnio. Textos grotescos. São Paulo: Globo, 2002.

REGUERA, Nilze Maria de Azeredo. Autoria e intertextualidade na prosa de Hilda Hilst. In: Congresso Internacional da ABRALIC, 6., 2008, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 2008.

RIMI, Hussein. Palavras abaixo da cintura. In: DINIZ, Cristiano (org.). Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2013.

ROCHA, Carlos Alexandre da Silva. Obsceno, paródia e grotesco: em Bufólicas de Hilda Hilst. 2014. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em Letras, Vitória, 2014.

SALOMÃO, Marici. “Amavisse”, o último livro sério da autora Hilda Hilst. In: DINIZ, Cristiano (org.). Fico besta quando me entendem: entrevistas com Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2013.

SARDUY, Severo. Barroco e neobarroco. In: SARDUY, Severo. Obra completa. Tomo II. Buenos Aires: Scipione Cultural, 1999.

SILVA, Giselle Sampaio. O caderno manchado de Lori Lamby: tradição e ironia. E-scrita, Nilópolis, v. 3, n. 1B, 2012. Disponível em: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RE/article/view/327/pdf_174. Acesso em: 30 jul. 2019.

SOUZA, Raquel Cristina de Souza e. Uma história pornéia a quatro mãos: Contos d’escárnio. Textos grotescos. Cadernos de Letras da UFF, n. 37, p. 19-33, 2008. Disponível em: http://www.cadernosdeletras.uff.br/joomla/images/stories/edicoes/37/artigo1.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019.

TEIXEIRO, Alva Martínez. Refulgência, dor e maravilha. Os conceitos de tempo, deterioração, finitude e morte na obra de Hilda Hilst. In: REGUERA, Nilze Maria de Azeredo; BUSATO, Susanna (org). Em torno de Hilda Hilst. São Paulo: UNESP, 2015. Disponível em: http://books.scielo.org/id/wbzch/pdf/reguera-9788568334690-05.pdf. Acesso em: 10 ago. 2019.

TISCOSKI, Luciana Bittencourt. O espírito da coisa: narrativas do potlatch de Hilda Hilst. 2015. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2015.

WISNIK, José Miguel. Prefácio. In: MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Downloads

Publicado

2022-02-02

Como Citar

PERGHER, Paulo Henrique. SALVAR-SE ATRAVÉS DO RISO: UMA LEITURA PARÓDICA E NEOBARROCA DE CONTOS D’ESCÁRNIO. TEXTOS GROTESCOS, DE HILDA HILST*. Revista Água Viva, [S. l.], v. 6, n. 3, 2022. DOI: 10.26512/aguaviva.v6i3.41704. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/41704. Acesso em: 28 mar. 2024.