A HISTÓRIA DO OUTRO PARA FALAR DE SI: DA LEITURA À ESCRITA AUTORAL E DE SI POR JOVENS NO ESPAÇO ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v4i2.23858Palavras-chave:
Leitura. Experiência. Autoria. Escrita de si.Resumo
A leitura abre espaços, permite encontros, aproxima realidades e é capaz de conduzir o indivíduo por experiências que partem da percepção sensível do mundo para o despertar da criatividade. Pela obra o leitor é capaz, não apenas, de encontrar esse outro presente na narrativa, como de voltar para si, para, assim, ser capaz de relatar sua própria história. Desta premissa inicial, partem os pressupostos do presente artigo, observar a importância da leitura do texto literário para gerar processos de escrita que sejam criativas ou mesmo autorais. Para tal, centramos as análises no projeto Olimpíadas de Língua Portuguesa, criado pelo Ministério da Educação brasileiro e desenvolvido em ambiente escolar por todo o país com intuito de fomentar o interesse por autores da literatura nacional, levando a produções dos estudantes. Mais que apenas focar na reflexão dessas histórias juvenis, publicadas virtualmente em coletâneas, a discussão aqui proposta visa observar os caminhos da leitura literária como parte de um processo cumulativo e intertextual de experimentar o artístico, culminando em possíveis respostas por meio da escrita. Assim, utilizaremos teóricos como Michèle Petit, John Dewey, Mikhail Bakhtin, Michel Foucault e Wolfgang Iser para analisar essa autoria. Por ter o intuito de compreender a narrativa como parte de sua vivência e de si, o gênero memória literária se mostrou fundamental, por se tratar do melhor exemplo da relação entre o estudante e seus pares, seu lugar e os relatos daqueles que construíram (e constroem) sua história.
Downloads
Referências
ASSMAN, Aleida. Espaços de recordações: formas e transformações da memória cultural. Tradução de Paulo Soethe. Campinas: Unicamp, 2011.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
DEWEY, John. A arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: O que é um autor? Lisboa: Passagens. 1992. p. 129-160.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Laurent Léon Schaffter. São Paulo : Vértice, 1990 .
ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Tradução de Johannes Kretschmer. 2 ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Tradução de Pedro Maria Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
MEC. Coletânea: memórias literárias. São Paulo: Cenpec (coleção das Olimpíadas de Língua Portuguesa), 2014.
MEC. Textos finalistas. São Paulo: Ministério da Educação, 2016.
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. Tradução de Olga de Souza. São Paulo: Editor 34, 2008.
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à diversidade. Tradução de Olga de Souza. São Paulo: Editora 34, 2009.
PETIT, Michèle. Leituras: do espaço íntimo ao espaço público. Tradução de Olga de Souza. São Paulo: Editor 34, 2013.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução de Alain François [et al.] Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa - a intriga e a narrativa histórica. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino de literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.