Família na política brasileira de saúde mental, álcool e outras drogas
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v21i44.23491Palavras-chave:
famíliaResumo
Com o objetivo de repensar a família na política de saúde mental, álcool e outras drogas no Brasil, investe-se na reconfiguração dos lugares destinados aos familiares na perspectiva proibicionista, que é pautada na demonização da substância e pela criminalização dos usuários de substâncias psicoativas (SPAs); em confronto com a construção de outras possibilidades contornadas pelo paradigma da redução de danos/
atenção psicossocial, que é firmada no cuidado humanizado e cidadão dos usuários de álcool e outras drogas. Trata-se de uma pesquisa teórica e descritiva, baseada em revisão bibliográfica, enfatizando as principais tendências dos estudos frente à s posições ocupadas pela família no cuidado do consumidor de substâncias psicoativas. Os resultados da presente pesquisa sinalizam para os tensionamentos acerca dos deslocamentos nos lugares da família no contexto de avanço do ideário neoliberal, que reforça a tendência familista, em que estas assumem a principal responsabilidade pelo bem-estar de seus membros, sobrecarregando-a.
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