O movimento de luta antimanicomial e os desafios em contextos de crise
DOI:
https://doi.org/10.26512/ser_social.v19i41.14954Palavras-chave:
Luta Antimanicomial, Saúde Mental, AutonomiaResumo
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre o cenário sócio-histórico do movimento de Luta Antimanicomial no Brasil e sobre a noção de autonomia que envolve os sujeitos políticos deste campo. Espera-se aprofundar os estudos sobre a atuação do movimento social na construção da política de saúde mental e demonstrar alternativas possíveis aos desafios atuais. Consiste em um estudo teórico, de natureza qualitativa, em que se realizou uma revisão bibliográfica nas Bases Scielo e BVS, utilizando os descritores: saúde mental, luta antimanicomial e autonomia. Como resultados temos que a emergência de uma pluralidade de movimentos sociais e mobilizações políticas, que permitiram que os diversos sentidos da emancipação fossem articulados com o projeto de uma democracia radical, tornou necessário estreitar o vínculo fundamental entre uma teoria crítica da sociedade e o quadro de problemas da teoria política, voltados aos estudos da esfera pública e da sociedade civil, da democracia e do direito.
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