Acolhimento Institucional no Município de Serra (ES):

desconstruindo vilões e mocinhos

Authors

  • Denise Carla Goldner Coelho Prefeitura Municipal de Serra/ES
  • Gilead Marchezi Tavares Universidade Federal do Espírito Santo
  • Janice do Carmo Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v14i31.13006

Abstract

O artigo discute a política de atenção à criança ao adolescente do Município de Serra (ES), efetuando uma análise das tramas dessa política que mantêm e atualizam a forma-abrigo naquele município. Procurou-se conhecer seus discursos/práticas, seus desdobramentos e seus movimentos de resistências. A análise é fruto de pesquisa intervenção na qual os trabalhadores sociais da área foram os parceiros convidados: pais e mães sociais, educadores, assistentes sociais, psicólogos e conselheiros. Foram realizadas visitas aos quinze estabelecimentos de serviço de Acolhimento Institucional; três encontros com os atores da política; e, por fim, um encontro de restituição. O discurso dos trabalhadores aponta diversos “vilões”: o “abrigo-lobo”, a “família desestruturada”, o judiciário lento, o conselho tutelar omisso. Convidar os atores a discutirem a forma-abrigo foi a oportunidade de provocar estranhamentos em sua prática, desnaturalizando as formas dicotômicas de conceber o abrigo, a criança, a família e a política.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Denise Carla Goldner Coelho, Prefeitura Municipal de Serra/ES

Mestre em Psicologia Institucional, Psicóloga da Gerência de Gestão da Assistência Social do Município de Serra/ES

Gilead Marchezi Tavares, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora em Psicologia, Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da UFES

References

BAPTISTA, L. A. dos S. A fábula do garoto que quanto mais falava sumia sem deixar vestígios: cidade, cotidiano e poder. In: MACIEL, I. M. (Org.) Psicologia e educação: novos caminhos para a formação. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001. p 195-209.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Norma Operacional Básica ”“ NOB/Suas. Brasília, 2005.

CASTEL, R. A gestão dos riscos: da antipsiquiatria à pós-psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.

COELHO, D. C. G. Lobo em pele de cordeiro ”“ manicômios do contemporâneo: uma contribuição para se pensar abrigos de crianças. Serra-ES: Formar, 2007.

COIMBRA, C.; NASCIMENTO, M. L. do. Ser jovem, ser pobre é ser perigoso? JOVENes: Revista de Estudios sobre Juventud [online]. México, DF, ano 9, n. 22, p. 338-355, jan.-jun./2005.

______ . O efeito Foucault: desnaturalizando verdades, superando dicotomias. Psicologia: Teoria e Pesquisa [online], v. 17, n. 3, p. 245-248, set-dez./2001.

______ . Sobreimplicação: práticas de esvaziamento político? In: NASCIMENTO, M. L. do; ARANTES, E.; GALLI FONSECA, T. (Org.). Práticas psi: inventando a vida. Niterói: Eduff, 2007, p. 27-36.

FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 264-287.

FUGANTI, Luiz. A ética como potência e a moral como servidão. Última atualização em 29/08/2009. Disponível em: <http://www.oestrangeiro.net/esquizoanalise/51-a-etica-como-potencia-e-a-moral-comoservidao>. Acessado em: 15/01/2010.

GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1999.

HADLER, O. H.; GUARESCHI, N. M. F. Nas trilhas do sujeito jovem: entre práticas de institucionalização e políticas públicas. Mnemosine. Departamento de Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da Uerj [online]. V. 6, n. 1, p. 19-40, 2010.

HECKERT, A. L. C.; ARAGÃO, E. M. A.; BARROS, M. E. B. de; OLIVEIRA, S. P. de. Educação e movimentos sociais. In: BARROS, M. E. B. de. (Org.). Psicologia e questões contemporâneas. Vitória: Edufes, 1999.

KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Psicologia Social [online]. V. 19, n. 1, p. 15-22, 2007.

KASTRUP, V.; BARROS, R. B. Movimentos-funções do dispositivo na prática da cartografia. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009, p. 76-91.

RIZZINI, I.; PILOTTI, F. A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2009.

SAWAIA, B. B. Uma análise da violência pela filosofia da alegria: paradoxo, alienação ou otimismo ontológico crítico? In: SOUZA, L.; TRINDADE, Z. A. (Orgs.) Violência e exclusão: convivendo com paradoxos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004, p. 21-42.

SILVA, E. R. A. da (Coord.). O direito à convivência familiar e comunitária: os abrigos para crianças e adolescentes no Brasil. Brasília: Ipea/Conanda, 2004. 416 p.

TASSARA, E. T. de O. Avaliação de projetos sociais: uma alternativa política de inclusão? In: SOUZA, L.; TRINDADE, Z. (Orgs.). Violência e exclusão: convivendo com paradoxos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

TEIXEIRA, R. R. Humanização e Atenção Primária à Saúde. Ciência Saúde Coletiva [online]. V. 10, n. 3, p. 585- 598, 2005.

Published

2013-03-01

How to Cite

COELHO, Denise Carla Goldner; TAVARES, Gilead Marchezi; CARMO, Janice do. Acolhimento Institucional no Município de Serra (ES):: desconstruindo vilões e mocinhos. SER Social, Brasília, v. 14, n. 31, p. 375–395, 2013. DOI: 10.26512/ser_social.v14i31.13006. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/13006. Acesso em: 27 nov. 2024.