Família na política brasileira de saúde mental, álcool e outras drogas

Autores

  • Lucia Cristina dos Santos Rosa Universidade Federal do Piauí (UFPI)
  • Ellayne Karoline Bezerra da Silva Universidade Federal do Piauí (UFPI)

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v21i44.23491

Palavras-chave:

família

Resumo

Com o objetivo de repensar a família na política de saúde mental, álcool e outras drogas no Brasil, investe-se na reconfiguração dos lugares destinados aos familiares na perspectiva proibicionista, que é pautada na demonização da substância e pela criminalização dos usuários de substâncias psicoativas (SPAs); em confronto com a construção de outras possibilidades contornadas pelo paradigma da redução de danos/
atenção psicossocial, que é firmada no cuidado humanizado e cidadão dos usuários de álcool e outras drogas. Trata-se de uma pesquisa teórica e descritiva, baseada em revisão bibliográfica, enfatizando as principais tendências dos estudos frente às posições ocupadas pela família no cuidado do consumidor de substâncias psicoativas. Os resultados da presente pesquisa sinalizam para os tensionamentos acerca dos deslocamentos nos lugares da família no contexto de avanço do ideário neoliberal, que reforça a tendência familista, em que estas assumem a principal responsabilidade pelo bem-estar de seus membros, sobrecarregando-a.

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Publicado

03/08/2019

Como Citar

ROSA, Lucia Cristina dos Santos; DA SILVA, Ellayne Karoline Bezerra. Família na política brasileira de saúde mental, álcool e outras drogas. SER Social, [S. l.], v. 21, n. 44, p. 199–222, 2019. DOI: 10.26512/ser_social.v21i44.23491. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/23491. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Temas Livres