Reforma Psiquiátrica brasileira e Questão Racial:

contribuições marxianas para a Luta Antimanicomial

Autores

  • Rachel Gouveia Passos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Tales Willyan Fornazier Moreira Assistente Social na Prefeitura Municipal de Guará-SP. Membro Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Fundamentos, Formação e Exercício Profissional em Serviço Social (GEFEPSS) da UFTM.

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v19i41.14943

Palavras-chave:

Saúde Mental, Questão Racial, Luta Antimanicomial, Racismo

Resumo

O presente artigo é oriundo das inquietações dos/as autores/as a despeito da interlocução, bem como do debate entre a saúde mental e a questão racial. Objetiva aproximar e relacionar as afinidades existentes entre a luta antimanicomial e a luta antirracista. Aborda sobre a composição do campo da saúde mental e da atenção psicossocial, enfatizando os projetos societários que estão em disputa na Reforma Psiquiátrica e na Luta Antimanicomial, problematizando os caminhos percorridos até o momento. Em seguida estabelece a discussão acerca das bases da formação sócio-histórica brasileira, a qual está assentada no patriarcado, no colonialismo e na ideologia racista, pontuando os resquícios escravocratas presentes na contemporaneidade, contextualizando a situação de segregação/subalternização/violência vivenciada pela população negra até os dias atuais, evidenciando os seus rebatimentos no campo da saúde mental. Finda com reflexões que convocam à necessidade imperativa de radicalização da luta política que vislumbre o horizonte estratégico de outra ordem social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rachel Gouveia Passos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Assistente Social. Professora Adjunta do Curso de Serviço Social da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Pós-doutoranda em Serviço Social e Políticas Sociais pela Universidade Federal de São Paulo.

Tales Willyan Fornazier Moreira, Assistente Social na Prefeitura Municipal de Guará-SP. Membro Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Fundamentos, Formação e Exercício Profissional em Serviço Social (GEFEPSS) da UFTM.

Assistente Social na Prefeitura Municipal de Guará-SP. Membro Pesquisador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Fundamentos, Formação e Exercício Profissional em Serviço Social (GEFEPSS) da UFTM.

Referências

AMARANTE, P. Loucos pela Vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.

______. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.

BASAGLIA, F. A psiquiatria alternativa: contra o pessimismo da razão, o otimismo da prática. São Paulo: Brasil Debates, 1979.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 10.216, de 6 de Abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

D.O.U., Brasília, DF, 06 abr. 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 30/08/2017.

BRAZ, M. O golpe das ilusões democráticas e a ascensão do conservadorismo reacionário. Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 128, p. 85-103, jan.-abr./2017.

CARTA DE BAURU. ENCONTRO NACIONAL “20 ANOS DE LUTA POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS”. Bauru, 2007. Disponível em: http://www2.pol.org.br/lutaantimanicomial/index.cfm?pagina=carta_de_bauru. Acesso em: 02/01/2017.

CLAPP, P. Para além do Fora Valencius: resistências militantes e a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Trabalho de Conclusão de Curso. Especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Rio de Janeiro: Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), 2016.

DINIZ, D. A custódia e o tratamento psiquiátrico no Brasil: censo 2011. Brasília: Letras Livres-UnB, 2013.

DUARTE, M. J. O. Diversidade sexual e de gênero e saúde mental: enlaçando políticas e direitos. In: PASSOS, R. G.; COSTA, R.; SILVA, F. G. Saúde Mental e os desafios atuais da atenção psicossocial. Rio de Janeiro:

Gramma, 2017.

GÓES, W. L. GONÇALVES, R. À margem de outubro: comunistas e questão racial no Brasil. Revista Lutas Sociais, São Paulo, v. 21, n. 38, 2017.

GÓES, W. L. Outubro no seio do Movimento Negro nos EUA: da revolução à política de concessões. Revista Ponto e Vírgula, São Paulo, n. 21, p. 21-35, 1.sem./2017.

GONÇALVES, R. Páginas feministas de outubro. Revista Ponto e Vírgula, São Paulo, n. 21, p. 21-35, 1.sem./ 2017.

MARTINS, B. A. et al. Por uma sociedade sem manicômios: experiências do Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial do Rio de Janeiro. Revista O Social em Questão, n. 37, jan.-abr./2017.

MOURA, C. Escravismo, colonialismo, imperialismo e racismo. Revista Afro-Ásia, n. 14, p. 124-137, 1983.

______. O racismo como arma ideológica de dominação. Fundação Maurício Grabois, edição 34, ago/set/out, p. 28-38, 1994.

OLIVEIRA, I. M.; DUARTE, M. J. O.; PITTA, A. M. F. Racismo, sofrimento e saúde mental: um debate necessário. In: OLIVEIRA, W.; PITTA, A.; AMARANTE, P. Direitos Humanos & Saúde Mental. São Paulo: Hucitec, 2017.

PASSOS, R. G. Mulheres, cuidados e maternalismos na Reforma Psiquiátrica brasileira: o lado oculto da história. 2011. Dissertação (Mestrado em Serviço Social). Programa de Pós-Graduação em Política Social, Rio de Janeiro:

Universidade Federal Fluminense, 2011.

______. Novas configurações do “care” no Brasil: um olhar para as mulheres no campo da Saúde Mental. Revista Temporalis, ano 14, n. 28, jul.--dez./2014.

______. Saúde Mental, cuidado e gênero: a participação das mulheres no processo de desinstitucionalização. In: FREIRE, M. F. da S; PASSOS, R. G. Políticas públicas, gênero e violência: contribuições para o Serviço Social. Campinas: Papel Social, 2015.

______. Trabalhadoras do Care na Saúde Mental: contribuições marxianas para a profissionalização do cuidado feminino. Tese (Doutorado em Serviço Social), Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social. São

Paulo: Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), 2016.

_______. Invisibilidades e subalternidades femininas: limites da dimensão jurídico-política em relação à s trabalhadoras do “care” nos serviços residenciais terapêuticos. In: CORREIRA, L. C.; PASSOS, R. G. Dimensão jurídico-política da Reforma Psiquiátrica brasileira: limites e possibilidade. Rio de Janeiro: Gramma, 2017a.

_______. “De escravas a cuidadoras”: invisibilidade e subalternidade das mulheres negras na política de Saúde Mental brasileira. Revista O Social em Questão, Rio de Janeiro, n. 38, mai.-ago./2017b.

PASSOS, R. G.; PEREIRA, M. O. Luta Antimanicomial e Feminismos: discussões de gênero, raça e classe para a Reforma Psiquiátrica brasileira. Rio de Janeiro: Autografia, 2017.

PEREIRA, M. O.; AMARANTE, P. Mulheres, loucura e patologização: desafios para a reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial. In: PASSOS, R. G.; COSTA, R., SILVA; F. G. Saúde Mental e os desafios atuais da atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Gramma, 2017.

RENZO, Artur (Org.). Feminismo, marxismo e Revolução Russa. Margem Esquerda, nº 28, 1. sem./2017.

VAZ, A. L. et al. Oficinas discutem rede de proteção à mãe e seu bebê. Práxis, nº 76, mar.-/abril/2014.

SCHNEIDER, G. (Orgs.). A revolução das mulheres: emancipação feminina na Rússia soviética. São Paulo: Boitempo, 2017.

Downloads

Publicado

02/06/2018

Como Citar

PASSOS, Rachel Gouveia; MOREIRA, Tales Willyan Fornazier. Reforma Psiquiátrica brasileira e Questão Racial:: contribuições marxianas para a Luta Antimanicomial. SER Social, [S. l.], v. 19, n. 41, p. 336–354, 2018. DOI: 10.26512/ser_social.v19i41.14943. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/14943. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos - Temáticos