Deficiência e cuidado:

por quê abordar gênero nessa relação?

Autores

  • Raquel Guimarães

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v10i22.12983

Palavras-chave:

Cuidado, Gênero, Deficiência, Justiça social

Resumo

Um estudo realizado na Promotoria de Justiça da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência (Prodide), órgão do Ministério Público, dividiu-se em duas etapas: pesquisa documental, com a análise de 48 processos, e pesquisa etnográfica, com o acompanhamento de 21 sessões de atendimentos da Prodide. Os resultados mostraram que as mulheres são as principais figuras que exercem o papel do cuidado de pessoas deficientes e que a ausência ou inexistência da figura feminina como cuidadora do/a deficiente na família, gera, em muitos casos, a responsabilidade do Estado em cuidar. Os dados apontam a necessidade de se considerar a desigualdade de gênero na elaboração de políticas sociais no âmbito da deficiência e de se incluir mulheres cuidadoras como sujeitos passíveis de ter acesso a direitos sociais básicos.

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Biografia do Autor

Raquel Guimarães

Bacharel em Serviço Social pela Universidade de Brasília.

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Publicado

14-08-2009

Como Citar

GUIMARÃES, Raquel. Deficiência e cuidado:: por quê abordar gênero nessa relação?. SER Social, Brasília, v. 10, n. 22, p. 213–238, 2009. DOI: 10.26512/ser_social.v10i22.12983. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12983. Acesso em: 22 jul. 2024.

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