Excepcionalismo versus Pragmatismo: direitos humanos nas relações Brasil-Estados Unidos (1974-1979)
DOI:
https://doi.org/10.20889/M47e22006Palavras-chave:
Política Externa Brasileira, Direitos Humanos, Regime Militar (1964-1985)Resumo
Este artigo analisa a tensão que se produziu pelo contraste entre o excepcionalismo estadunidense e a chamada política externa do Pragmatismo Ecumênico e Responsável, formulada e implementada durante o governo de Ernesto Geisel. Ao promover a exportação dos valores de direitos humanos, o governo do Presidente Jimmy Carter esbarrou na contra-ação formulada e implementada pelo governo brasileiro. Foi a partir do questionamento “como se tencionaram as relações Brasil – Estados Unidos em decorrência dos contrastastes entre o excepcionalismo estadunidense de Carter e o pragmatismo ecumênico e responsável de Geisel?” como a exportação da agenda de direitos humanos estadunidense de Carter impactou a formulação da política externa brasileira de Geisel para o cenário interamericano?” que este trabalho calcou suas inquietações iniciais. Foi utilizado o método de revisão bibliográfica e análise documental objetivando uma análise acerca da receptividade brasileira ao discurso de exportação de valores liberais empreendido por Carter e, devido à isso, às alternativas retóricas que o governo brasileiro oferecia quando pressionado em temas de direitos humanos.
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