A herança africana na estética das festas populares e sua participação na construção da sociedade brasileira
DOI:
https://doi.org/10.26512/cmd.v10i1.51678Palavras-chave:
Festas afro-brasileiras, Pós-abolição, Memória historiográficaResumo
Propõe-se uma análise teórica sobre o papel jogado pela estética das festas populares, sobretudo aquelas ligadas à cultura afro-brasileira, na construção sócio histórica do país. A metodologia compreende a releitura de autores clássicos que contribuíram para a ideia de Brasil que se construiu após a abolição da escravidão, cruzando as informações ali contidas sobre tais festas. A conclusão inicial aponta que a memória historiográfica brasileira elidida no século XX, eivada do utilitarismo monocrático da modernidade, deixou escapar, ou reduziu, a importância das festas populares na construção da história do país. Segue-se a hipótese de que o aprofundamento da releitura e análise desta produção intelectual, com a inclusão, nos limites possíveis do rigor dos Estudos Culturais, da perspectiva das cosmologias que compunham a estética das práticas festivas populares, poderá demonstrar outras maneiras pelas quais a estética dessas festas atravessou a história do Brasil desde o fim da sociedade escravista
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