Tempo, Memória, Narrativa e Teoria Sociológica

Autores/as

  • Marisa Souza Neres Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/cmd.v4i1.9172

Palabras clave:

Tempo; memória; narrativa; teoria sociológica; campo científico.

Resumen

Neste ensaio, parte-se da premissa de que as vivências experimentadas pelos seres humanos no mundo são concebidas, cultivadas, realizadas, compartilhadas, dotadas de significação em relação ao modo como se dá a percepção do tempo. Paul Ricoeur se impõe como um interlocutor fundamental. Tomando e ampliando a descrição agostiniana sobre a memória, ele propõe a noção de tempo intimamente conectada à experiência humana registrada e contada por meio de narrativas. É na mediação e na construção proporcionada pela narrativa que o tempo se torna tempo humano. A memória, assim, pode ser vista menos como um lócus depositário das lembranças, e mais como matéria-prima a partir da qual se constroem narrativas, assim como as narrativas constituem-se como matéria-prima a partir da qual se constroem memórias. Do ponto de vista sociológico, será posta em discussão a concepção de Pierre Bourdieu, demonstrando como para este autor a percepção do tempo é muito mais do que algo pertencente ao âmbito psicológico; é, antes, algo construído socialmente. Problematizar a teoria sociológica como um tipo particular e peculiar de narrativa e igualmente questionar que fatores proporcionam as causas e condições para que certas narrativas constituam certas teorias em detrimento de outras, de modo que umas e não outras sejam gravadas na memória de forma duradoura é o objeto que aqui se pretende para discussão.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Marisa Souza Neres, Universidade de Brasília

Doutoranda (2014) em Sociologia, na Linha de Pesquisa Cidades, Cultura e Sociedade do Departamento de Pós-Graduação em Sociologia (SOL) da Universidade de Brasília - UNB. Possui Licenciatura Plena (2006) e graduação em Ciências Sociais (2003) e mestrado em Sociologia (2006) pela Universidade Federal de Goiás. Atualmente é professora (afastada de suas funções para fins de doutoramento) de Sociologia da Educação e Filosofia da Educação do Curso de Letras da Universidade Federal do Tocantins. É líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação e Sociologia - GPEES. Realiza pesquisas sobre teoria sociológica, crime e violência. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia, atuando principalmente nos seguintes temas: violência, crime profissional, trabalho e educação, filosofia e sociologia.

Citas

BARTHES, Roland. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa. In: BARTHES, Roland. et. al. Análise estrutural da narrativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1976, p. 19-60.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas; O campo científico. In: ORTIZ, Renato (Org.). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho d’Água, 2013.

______. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 2011.

______. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

______. Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

PASCAL. Pensamentos. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 117.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa (Tomo II). Campinas, SP: Papirus, 2012.

______. Tempo e narrativa (Tomo III). Campinas, SP: Papirus, 1997

______. Tempo e narrativa (Tomo I). Campinas, SP: Papirus, 1994.

TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. São Paulo: Perspectiva, 1970.

WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Recurso Digital. Ebook Kindle.

Publicado

2016-08-06

Cómo citar

Neres, M. S. (2016). Tempo, Memória, Narrativa e Teoria Sociológica. Arquivos Do CMD, 4(1), 79–95. https://doi.org/10.26512/cmd.v4i1.9172