Ancestralidade, interseccionalidade, feminismo afrolatinoamericano e outras memórias sobre Lélia Gonzalez
DOI:
https://doi.org/10.26512/cmd.v7i2.31148Palabras clave:
Lélia González, memória, feminismo negro, interseccionalidadeResumen
Embora se saiba das múltiplas inserções intelectuais, políticas e em movimentos sociais da Lélia González, articulando sempre lutas mais amplas da sociedade brasileira com a demanda da população negra e, em especial, das mulheres negras, ter conhecimento da sua importância para jovens jornalistas negras, aguçaram a curiosidade das autoras deste artigo, o que fez emergir algumas questões norteadoras de pesquisa: Como podem ser cartografados lugares de memória da Lélia González? O que revela essa cartografia? Quais lugares de memória afluem como entroncamentos de maior sentido e visibilidade dentro dessa cartografia? Para responder a essas perguntas, o presente artigo se estrutura em três grandes seções. A primeira se refere ao embasamento teórico-metodológico do trabalho de campo no referido evento e, também, no círculo profissional/militante e familiar da pensadora-ativista. Essa seção se volta, ainda, a relatar as estratégias de obtenção, sistematização, descrição e análise dos dados empíricos. Na segunda seção, apresenta-se o levantamento bibliográfico e documental sobre a pensadora, trazendo à tona sua face mais referenciada entre o grupo estudado. Na seção três do artigo, a triangulação de resultados é elaborada, evidenciando-se os sentidos de existência da Lélia González, instaurados via sua apropriação afetiva, cognitiva e prática, além de instaurados na luta por mantê-la viva. Os conceitos de vigilância comemorativa, lugares de memória e de combate ao trabalho do esquecimento de Pierre Nora (1993), foram inspiradores a essas reflexões.
Descargas
Citas
ALMEIDA, Tânia Mara C. 'Gênero' e 'raça' nas relações e desigualdades sociais - noções preliminares. In: Lourdes Bandeira; Mariza Motta; Edson Farias. (Org.). Encontros com a Sociologia. 1ed.Brasília: Selo SOL, 2019, v. 1, p. 53-77.
ALZÁS, Teresa; GARCÃA, Luis M. Casa. La evolución del concepto de triangulación en la investigación social. Revista Pesquisa Cualitativa. São Paulo, v.5, n.8, p.395-418, 2017.
ARRUDA, Angela. Feminismo, gênero e representações sociais. Textos de História: Revista da Pós-Graduação em História da UnB. Brasília, v.8, n.1e 2, pp. 113-138, 2000.
BAIRROS, Luiza. Lembrando Lélia Gonzalez. Revista Afro-Ásia, UFBA, nº 23, 2000.
BAIRROS, Luiza. Nossos feminismos revisitados. Estudos Feministas/Dossiê Mulheres Negras, v. 3, n. 2, p. 458-463, Rio de Janeiro: IFCS/UFRJ, 1995.
BANDEIRA, Lourdes Maria; ALMEIDA, Tânia Mara Campos. A transversalidade de gênero nas políticas públicas. Revista do Ceam. v.2, n. 1, pp 35-46, 2013. Disponível em: http://periodicos.unb.br/index.php/revistadoceam/article/view/10075/8901. Acesso em: 25 out. 2018.
BORGES, Rosane da Silva. Sueli Carneiro: Retratos do Brasil Negro. São Paulo: Summus/Selo Negro Edições, 2009.
BUTON, François. Portrait du politiste en socio-historien: La “socio-histoire” dans les sciences politiques. In F. Buton, N. Mariot (Orgs.), Pratiques et méthodes de la socio-histoire (pp. 1-22). Paris: PUF. 2009.
CALDWELL, Kia Lilly. Fronteiras da diferença. Raça e Mulher no Brasil. Revista Estudos Feministas. v. 8, n. 2, 2000, pp.1-18. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/11922/11177 . Acesso em: 05 dez. 2017.
CALDWELL, Kia Lilly. A institucionalização dos estudos sobre a mulher negra. Perspectivas dos Estados Unidos e do Brasil. Revista da ABPN. v.1,n.1, mar-jun 2010, pp. 18-27. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/304-1-567-1-10-20170410.pdf. Acesso em 30 jan. 2016.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo. A situação da mulher negra na América Latina, a partir de uma perspectiva de gênero. Racismos Contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003.
CESTARI, Mariana Jafet. Sentidos e memórias em luta: mulheres negras brasileiras no III Encontro Feminista Latinoamericano e Caribenho (1985). Nuevo Mundo Mundos Nuevos [Online], Workshops, Online since 26 November 2014. Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevomundo/67403 Acesso em: 03 set 2018.
CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum, 1989. Disponível em: < https://philpapers.org/archive/CREDTI.pdf >. Acesso em: 11 mar. 2018
CRENSHAW, Kimberlé Williams. Mapping the margins: intersectionality, Identity Politcs, and violence against women of color. In: FINEMAN, Martha Albertson; MYKITIUK, Rixanne (Eds.). The Public Nature of Private Violence. New York: Routledge, 1994, pp. 93-118. Disponível em: https://www.racialequitytools.org/resourcefiles/mapping-margins.pdf. Acesso em: 03 mar 2018.
DE LAURETIS, Teresa. Feminist Studies/Critical Studies: Issues, terms, and contexts. In T. De Lauretis, (ed.), Feminist Studies/Critical Studies (pp. 1-19). Bloomington e Indianapolis: Indiana University Press, 1986.
FREITAS, Idalina Maria Almeida. A produção intelectual de mulheres negras: fontes bibliográficas, escritas de si e escritas da história. História e Cultura. Franca, v.6,n.3, p. 213-229, 2017. Disponível em: https://periodicos.franca.unesp.br/index.php/historiaecultura/article/view/2226/2086
Acesso em: 05 jun 2019.
GONZALEZ, Lélia. Festas populares no Brasil. Rio de Janeiro: Index, 1987.
GONZALEZ, Lélia. Mulher negra. Mulherio. São Paulo, ano 1, nº 3, 1981, p. 4.
GONZALEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos. Lugar de Negro.Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.
GONZÁLEZ, Lélia. "For an Afro-Latin Feminism." Confronting the Crisis in Latin America: Women Organizing for Change. Isis International & Development Alternatives With Women For a New Era, 1988a: 95-101.
GONZALEZ, Lélia. Nanny, Humanidades, Brasília, v. 17, ano IV, 23-25,1988b.
GONZALEZ, Lélia. A Categoria Política e Cultural de Amefricanidade. Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, n.92/93 (jan/jun), pp 69-82, 1988c.
GONZALEZ, Lélia. Homenagem a Lélia Gonzales: Lélia fala de Lélia. Estudos Feministas. n.2, pp. 383-386, 1994. [Nota dos Editores: Extraído de depoimento dado a Carlos Alberto M Pereira e Heloisa Buarque de Hollanda, publicado em Patrulhas Ideológicas. São Paulo' Brasiliense, 1980]
GONZALEZ, Lélia.Primavera para as rosas negras: Lélia González, em primeira pessoa. São Paulo, UCPA, 2018.
LEMOS, Rosália de Oliveira. Os feminismos negros: as reações aos sistemas de opressões. Revista Espaço Acadêmico, n. 185, outubro, pp.12-25, 2016.
NORA, Pierre. Entre memória e história. A problemática dos lugares. Proj. História. São Paulo, n.10, dez. 1993.
PERRY, Keisha-Khan Y. The Groundings with my Sisters: Toward a Black Diasporic Feminist Agenda in the Americas. S&F Online. The Scholar and Feminist Online. The Barnard Center for Research on Women. v.7.2, Edição especial “Rewriting Dispersal: Africana Gender Studies. Primavera, 2009.
RATTS, Alex; RIOS, Flávia. Lélia Gonzalez. Coleção Retratos do Brasil Negro. São Paulo: Selo Negro/Summus, 2010.
RIBEIRO, Matilde. Mulheres negras brasileiras: de Bertioga a Beijing. Revista de Estudos Feministas.v. 3, n.2/1995. Disponível em: http://www.clam.org.br/bibliotecadigital/uploads/publicacoes/1077_1824_ribeiromatilpagu.PDF. Acesso em: 28 maio 2019.
SANTOS, Sonia Beatriz dos. "Feminismo Negro Diaspórico." Gênero 8, no. 1 (2007): 11-26. Disponível em: http://www.revistagenero.uff.br/index.php/revistagenero/article/view/157/100
SCHUMAHER, Schuma; BRAZIL, Érico Vital. Mulheres Negras do Brasil. Rio de Janeiro: Senac/Redeh, 2007.
VIGOYA, Mara Viveros. La interseccionalid: una aproximación situada a la dominación. Debate Feminista. v.52, pp. 1-17, 2016. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0188947816300603.Acesso em: 20 mai 2019.
Teses e Dissertações
BATISTA, Wagner Vinhas. Palavras sobre uma historiadora transtlântica. Estudo de trajetória intelecutal de Maria Beatriz Nascimento. (Doutorado). Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Aplicados. Universidade Federal da Bahia, 2016.
BARRETO, Raquel. Enegrecendo o Feminismo ou Feminizando a raça: Narrativas de Libertação em Angela Davis e Lélia Gonzalez. (Dissertação) Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura, PUC/Rio, 2005.
BRITO, Ires Dos Anjos. Revisitando os percursos intelectuais e políticos de Beatriz do Nascimento e Lélia Gonzalez. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos. Instituição de Ensino: Universidade Federal da Bahia, 2012.
CHAVES, Marjorie Nogueira. As lutas das mulheres negras: identidade e militância na construção do sujeito político. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de Brasília, 2008.
CARDOSO, Cláudia Pons. Outras falas: feminismos na perspectiva de mulheres negras brasileiras. (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo. Salvador, UFBA, 2012.
CARDOSO, Cláudia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Revista Estudos Feministas. v. 22, n. 3, pp. 965-986, 2014.
Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-026X2014000300015&lng=pt&tlng=pt Acesso em: 21 out. 2018.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo. A situação da mulher negra na América Latina, a partir de uma perspectiva de gênero. Racismos Contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003.
FERNANDES, Ana Carolina Reis. Vozes subalternas: produções de autoria feminina na pós-colonização do Brasil. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de São Paulo. 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/144663/fernandes_ac_me_arafcl.pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso em: 18 nov. 2018.
MOREIRA, Núbia Regina. O feminismo negro brasileiro: um estudo do movimento de mulheres negras no Rio de Janeiro e São Paulo. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, 2007.
OLIVEIRA, Rosália Lemos de. Feminismo negro em construção: a organização do movimento de mulheres negras no Rio de Janeiro. (Dissertação) Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Rio de Janeiro, 1997.
SOUSA, Cecília Bizerra. Comunicação e Igualdade Racial: Atuação de movimentos negros na 1ª Conferência Nacional de Comunicação. (Dissertação) Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Universidade de Brasília, 2014. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/16032/1/2014_CeciliaBizerraSousa.pdf. Acesso em: 20 out. 2018.
TEIXEIRA, PATRICIA. A organização da informação em plataforma de gestão de referências, a Zotero: a coleção Lélia Gonzalez e o Projeto Memória'. (Dissertação) Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2017.
VIANA, Elizabeth do Espírito Santo. Relações Raciais, Gênero e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez 1970-1990. (Dissertação) Programa de Pós-Graduação em História Comparada. IFCS/UFRJ, 2006.
Outras fontes
ALMA PRETA JORNALSIMO. Lélia floresce. Livro inédito em primeira pessoa é lançado em São Paulo. Alma Preta Jornalismo. 24 jul. 2018. Disponível em: https://www.almapreta.com/editorias/realidade/lelia-floresce-livro-inedito-em-primeira-pessoa-e-lancado-em-sao-paulo. Acesso em: 25 mai 2019.
MNU JORNAL. Entrevista Lélia González. Nº 19 - maio/junho/julho de 1991 (páginas 8 e 9). Disponível em: http://blogueirasnegras.org/wp-content/uploads/2013/07/entrevista-
lelia-mnu.pdf. Acesso em: 21 jul 2020.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Arquivos do CMD
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.