Autenticidade e Modernidade: entre o individual e o coletivo
DOI:
https://doi.org/10.26512/cmd.v4i2.9067Palavras-chave:
Autenticidade; Modernidade; Individualismo; Coletivismo; CulturaResumo
Há muito tempo o debate sobre autenticidade permeia o pensamento social, inclusive no Brasil. A relevância deste tema no pensamento social está associada à difusão da modernidade, do individualismo moderno e, recentemente, da globalização. Os primeiros passos desse debate são vistos no Romantismo Alemão ainda na passagem do século XVIII para o XIX. Benjamim, em seus estudos sobre a obra de arte, retomou esse tema no século XX. Atualmente, Charles Taylor é um dos principais debatedores desse assunto. Para ele, na contemporaneidade, há uma cultura da autenticidade. Esta liga-se a ideia de autodeterminação, autorrealização e autossatisfação. Desse modo, o foco de seus estudos recai sobre uma ética da autenticidade e sobre a maneira como um indivíduo se sente autêntico. Porém, ao mesmo tempo que surge essa cultura da autenticidade individualista, surge também o seu contraponto: uma autenticidade cultural. Isto é, discute-se se uma cultura é autêntica ou não, enfatizando o aspecto coletivo, não o individual. Esse outro lado da autenticidade pode ser visto nas discussões sobre identidade cultural, nacional, grupal etc. É neste ponto que o Brasil tem grande contribuição no debate com autores como Euclides da Cunha, Sílvio Romero, Ariano Suassuna, dentre outros. Hoje, a autenticidade cultural é retomada por muitos grupos, principalmente, como uma reação à globalização e/ou massificação cultural. Com isso, este trabalho pretende apresentar esses dois caminhos que perpassam o tema autenticidade.
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