A Luta pelo Estatuto do Sujeito

Notas acerca de uma tese de doutorado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cmd.v7i01.31039

Palavras-chave:

Comunicação, Discurso, Sujeito, Neurociência, Psicanálise

Resumo

O presente artigo analisa, na forma de memorial, o conjunto de questões que levaram à formulação da tese de doutorado, defendida em 2007 no Instituto de Estudos da Linguagem, da Unicamp, e seus efeitos sobre as atividades acadêmicas desde então. Partindo de uma meta-análise discursiva de cada questão enfrentada, de cada hipótese em jogo, e de cada reformulação e deslocamento operados desde então, tenta-se compreender de que forma, por não apelar para uma univocidade  narrativa, improvável para quase 13 anos de pesquisas, reflexões e orientações, nosso percurso acadêmico é feito de errância subjetiva, lugares provisórios de conjunção e dispersão de sentidos, de indistinção, de incerteza, de trajetos, ancoragens e vestígios - visto que se constitui, justamente, como uma relação entre sujeito, discurso e história.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRAHAM J. Pharmaceuticalization of Society in Context: theoretical, empirical and health dimensions. Sociology. 2010. 44: 603-22.

AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua 1. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

AJANA, Btihaj. Governing through biometrics: The biopolitics of Identity. Londres: Palgrave Macmillan, 2013.

ALENCAR, Luana L R. Dos excessos contemporâneos: os discursos de si sobre o uso problemático de drogas, em blogs pessoais. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora: UFJF, 2019.

ALVES, Wedencley. A Midiatização das Neuro(ciências): Ideologia, sujeito e discurso. Tese de doutoramento. Campinas: IEL, 2007.

ALVES, Wedencley. O Espetáculo do Saber: corpos, imagens e materialidades médicas. Revista Epos, vol.2, n. 2. Rio de Janeiro, 2011.

ASHBROOK, James B. Interfacing Religion and The Neurosciences: a review of twenty-five years of exploration and reflection. Zygon, Chicago, EUA: Blackwell Publishing, 1996.

BACHELARD, Gaston. A Filosofia do Não. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978 a.

BACHELARD, Gaston. O Novo Espírito Científico. Col. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978 b.

BANNET, Eve Tayor. Structuralism and the Logic of Dissent. Barthes, Derrida, Foucault, Lacan. N. York: Springer-Verlag, 1989

BEAULIEU, Anne. Images Are Not the (Only) Truth: Brain Mapping, Visual knowledge, and Iconoclasm. Science, Technology & Human Values. Vol. 27, no 1. 2002. pp. 53-86.

BETTENCOURT, Alice E. Discursos sobre Saúde Mental Feminina na Revista Claudia. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora: UFJF, 2016

BIRMAN, J. Entre o Cuidado e o Saber de Si: Foucault e a Psicanálise. 1. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.

BIRMAN, J. Mal Estar na Atualidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BURRY, Regula V. DUMIT, Joseph. Biomedicine as Culture: Instrumental Practices, Technoscientific Knowledge and New Modes of Life. Londres: Routledge, 2007.

CANGUILHEM, Georges. O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro: Foresnse Universitária. 2000

CLARKE, Edwin e JACYNA, L. S. Nineteenth Century Origins of Neuroscientific Concepts. Chicago: University of Illinois Press, 1989.

CONOLLY, William E. Neuropolitics: Thinking, culture, speed. Minneapolis and London: University of Minnesota Press, 2002

CONRAD, Peter. SCHNEIDER, Joseph. Deviance and Medicalization: from badness to sickness. Filadelfia: Temple Univ. Press, 2010.

COSTA, Stéphanie L. M. Comunicação, Campanhas e Bioidentidades: discursos sobre o HIV entre governos, OSCs e soropositivos. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora: UFJF, 2014.

DELAGE, Renata. O Direito à Angústia: as colunas de Clarice no JB como espaço político de uma subjetivação resistente. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora: 2018.

DUMIT, Joseph. Picturing Personhood. Brain Scans and Biomedical Identity. Oxford: Princeton University Press, 2004.

EHRENBERG, Alain. Le Sujet Cérébral. Revue Esprit, n. 309, 2004, pp. 130-155.

ESPOSITO, Roberto. Bios: Biopolitics and Philosophy. Minnesota: Univ. Minnesota Press, 2008.

FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos V: Ética, Sexualidade, Política. São Paulo: Forense Universitária, 2004.

FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001

GRASSANO, Antonio A. Discursos Suicidas em Redes Sociais. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora UFJF, 2019.

GREENHALG, Susan. The Chinese Biopolitical: facing the twenty-first century. New Genetics and Society, 28: 3. Londres: Routledge, 2009, p. 205 ”“ 222

HARDT, Michael. NEGRI, Antonio. Multidão. Rio de Janeiro: Record, 2005.

LACAN, Jacques. Mais ainda. O Seminário. Livro 20. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

LACAN, Jacques. O Avesso da Psicanálise. O seminário. Livro 17. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

LECOURT, Dominique. Para uma Crítica da Epistemologia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1980.

LEMKE, Thomas. Biopolitcs: An advanced introduction. N. York: New York Press, 2011.

LUPTON, Débora. Self-tracking, health and medicine. Health Sociology Review, vol. 26, 2016, pp. 01-05

KAUSHIK, Sunder R. Biocapital: The Constitution of Posgemonic Life. Durham: Duke University Press, 2006.

MBEMBE, Achille. Necropolitica. Ed. 3. São Paulo: n-1 edições, 2018.

NEMSER, Daniel. Biopolitics in Latin America. In SANGEETA, Ray e SCHWARZ, Henry. The Encyclopedia of Postcolonial Studies. Nova Jersey: Willey-Blackwell, 2016.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. As Formas do Silêncio: no Movimento dos Sentidos. 6a. Ed. Campinas: Ed. Unicamp, 2013.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso Fundador. A Formação do país e a Construção da Identidade Nacional. Campinas: Ed. Pontes, 2003.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Análise de Discurso. Princípios e Procedimentos. Campinas: Pontes, 2000.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Interpretação: Autoria, Leitura e Efeitos do Trabalho Simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996.

PÊCHEUX, Michel. O Discurso, Estrutura e Acontecimento. São Paulo: Pontes, 2002.

PÊCHEUX, Michel. Análise automática do discurso. In: GADET, F. e HAK, T. (orgs):

Por uma Análise Automática do Discurso. Uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Ed. Unicamp, 1993.

PECHEUX, Michel. Semântica e Discurso. Crítica a uma reafirmação do óbvio. Campinas: Editora Pontes, 1988a.

PÊCHEUX, Michel. “Só há causa daquilo que falha” in: Semântica e Discurso. Crítica a uma reafirmação do óbvio. Campinas: Editora Pontes, 1988b

PRECIADO, Paul B. Testo Yonki. Madrid: Espasa-Calpe, 2008.

REIS, Nara J. dos. Desromantização da Maternidade: uma análise discursiva de desabafos anônimos. Dissertação de mestrado. Juiz de Fora: UFJF, 2019.

ROSE, Nikolas. The Politics of Life Itself. Theory Culture & Society. Vol. 18: 2001, p. 1-30.

ROSE, Nikolas; ABI-RACHED, Joelle. Neuro. The New Brain Sciences and the Management of the Mind. Princeton: Princeton University Press, 2013.

ROSENBERG, Charles E. The tyranny of diagnosis: specific entities and individual experience. Millbank. Q, 80 (2) 2002; pp. 237-260.

THACKER, Eugene. Biomedia. Minnesota: Univ. Minnesota Press, 2004.

Downloads

Publicado

2020-05-06

Como Citar

ALVES, W. (2020). A Luta pelo Estatuto do Sujeito: Notas acerca de uma tese de doutorado. Arquivos Do CMD, 7(01), 189–203. https://doi.org/10.26512/cmd.v7i01.31039

Edição

Seção

Memórias de Pesquisa

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)