RESISTÊNCIA E SUBORDINAÇÃO NOS PROCESSOS DE CONTRARREFORMA AGRÁRIA DE MERCADO EM PRESIDENTE PRUDENTE/SP

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Rodolfo de Souza LIMA

Resumo

Este artigo visa evidenciar um território camponês, no entanto, um território forjado por uma série de mecanismos conduzidos pelo capital e que mantêm o controle sobre ele. Trata-se de um empreendimento do Banco da Terra (BT), localizado em Presidente Prudente-SP que abarca 41 famílias. O BT é uma política de crédito fundiário à famílias camponesas empobrecidas. O intuito do programa é realizar uma relação de compra e venda entre agentes privados mediada pelo Estado (PEREIRA, 2006, p.30). A proposta visa contrapor a grande demanda por reforma agrária, expressa no número de ocupações de terra no Brasil, são 9.046 entre 1988 e 2013 (DATALUTA, 2014) e se colocar, no plano discursivo, como mais eficaz, moderna, pacifica e compatível com o atual estágio do capital internacional. Como veremos, o BT está profundamente articulado à agenda do Banco Mundial (BM), que tem por objetivo capturar o tema da reforma agrária, conter os conflitos territoriais, reduzir a pobreza rural (sem elimina-la) e promover a acumulação do capital. Temos em vista promover a crítica a este modelo mercadológico, a partir do movimento do real, ou seja, a partir da precariedade da famílias seja do ponto de vista material ou imaterial, do conflito e da exploração, valorizando as formas de resistência empregadas por estes camponeses, pois são fundamentais na luta contra o capital.


*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.

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Como Citar
LIMA, R. de S. (2015). RESISTÊNCIA E SUBORDINAÇÃO NOS PROCESSOS DE CONTRARREFORMA AGRÁRIA DE MERCADO EM PRESIDENTE PRUDENTE/SP. BOLETIM DATALUTA, 8(93). Obtido de https://periodicos.unb.br/index.php/BD/article/view/53770
Secção
Artigos

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