O DIREITO AO TERRITÓRIO TRADICIONAL GUARANI-KAIOWÁ EM MATO GROSSO DO SUL IN-SEGURANÇA, BIOPOLÍTICA E ESTADO DE EXCEÇÃO

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Marcos MONDARDO

Résumé

Em Mato Grosso do Sul os debates em torno da “segurança” (ou “in-segurança”, pela sua ambivalência de uso) proliferam em meio à problemática da demarcação das terras indígenas. Se, por um lado, a luta pela terra é uma reinvindicação histórica dos povos Guarani-Kaiowá e Terena pelos territórios tradicionalmente apropriados, por outro, as ações em torno desta causa colocam
em “xeque” ainda mais a “vida nua” e a condição de “exceção” desses sujeitos.
No estado, em relação à condição humana dos povos indígenas, existe um “Estado de exceção” declarado. Muitos direitos civis são suspensos ou negados, tais como os direitos territoriais, ao território tradicional, a saúde e a educação, sem falar na problemática “política de segurança” para estes povos. Isto porque, devido aos processos de demarcação das terras indígenas, estes se tornaram alvos de violência, de ameaças de morte e de toda sorte de intimidação e coerção social.


*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.

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MONDARDO, M. (2013). O DIREITO AO TERRITÓRIO TRADICIONAL GUARANI-KAIOWÁ EM MATO GROSSO DO SUL: IN-SEGURANÇA, BIOPOLÍTICA E ESTADO DE EXCEÇÃO. Boletim DATALUTA, 6(70). Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/BD/article/view/54011
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