A TRADUÇÃO FEMINISTA: TEORIAS E PRÁTICAS SUBVERSIVAS: NÍSIA FLORESTA E A ESCOLA DE TRADUÇÃO CANADENSE
Mots-clés :
Tradução; Feministas; Tradutoras Canadenses; Fidelidad; Nisia Floresta.Résumé
Uma tradição secular da tradução, desde a Hermenêutica até as concepções lingüísticas da metade do século passado, concebe a tarefa do/a tradutor/a como secundária, transparente a ponto de ser invisível. Assimila, então, esse "segundo texto" ao "segundo sexo," dele exigindo fidelidade ao "primeiro texto" dito "original" do autor omnipotente, damesma maneira que a mulher deve obediência e fidelidade ao "primeiro sexo", que se erige em paradigmo. À violência social do androcentrismo, corresponde à da lingua falogocêntrica. E isso que as subversões teórico-práticas das tradutoras feministas têm tentado solapar, tornando visível o feminino na língua e portanto no mundo. Para Nísia Floresta, no século XIX, trata-se de "manipular" textos panfletários feministas, assim realizando uma tradução "herética," mas de uma "infidelidade criativa," na melhor tradição clássica francesa das Belles infidèles. No palco dos anos 1970-90 no Quebec, as tradutoras canadenses, por sua vez, criaram estratégias "radicais" afim que a escrita feminina possa passar por um interpretação ginocêntrica.