O RISO, AS PAIXÕES E AS FACULDADES DA ALMA
Mots-clés :
Riso; história do pensamento ocidentalRésumé
O riso sempre constituiu uma incógnita na história do pensamento ocidental, mais especificamente aquilo que faz o homem rir, o porquê do "próprio do homem". Essa questão é tanto mais relevante quanto se considere que, além de diferenciar o homem dos 'animais', o riso foi durante muito tempo aquilo que distinguia o homem de Deus. Basta dizer que Jesus Cristo, apesar de munido da risibilitas, a faculdade de rir comum a todos os homens, jamais riu, segundo provam amplamente textos da teologia medieval (cf. Suchomski, 1975). Saber o que é o riso foi portanto durante muito tempo ”” e mutatis mutandis até hoje ”” desvendar os mistérios de uma faculdade intrínseca à condição humana, marcada, de um lado, pela superioridade em relação aos animais e, de outro, pela inferioridade em relação a Deus.