A larger grain of sense. Tornando visível o pensamento sociológico não-ocidental primevo
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237030005Palavras-chave:
Teoria sociológica; História da sociologia; Invisibilização; América Latina; ÁsiaResumo
Há diferentes caminhos para ler a teoria sociológica “a contrapelo”, como Walter Benjamin o colocou em 1940. A questão da invisibilidade - ou da invisibilização - é certamente a mais importante. A narrativa mainstream e canônica da história da sociologia e das ideias e teorias sociológicas raramente deixa espaço, a partir do final do século XIX, para apropriações e indigenizações não ocidentais. Este artigo busca oferecer outra história disciplinar e outra cronologia, ao apoiar-se nos exemplos do final do século XIX e começo do século XX, especialmente na América Latina e Ásia (Japão e China). A circulação de diferentes autores, livros e teorias, bem como as suas distintas recepções, de acordo com seus países e seus diferentes contextos intelectuais, sociais e políticos, torna possível desenhar uma nova cronologia da teoria sociológica e da institucionalização da disciplina. Apesar da hegemonia epistêmica já estabelecida na segunda metade do século XIX, haja vista a difusão do pensamento sociológico a partir da França e da Grã-Bretanha (com Comte e Spencer), essa circulação não foi uma mera transplantação mas, antes, uma apropriação complexa e seletiva, tornando possíveis óticas muito diferentes do significado de “sociologia”, tanto enquanto movimento de pensamento como disciplina acadêmica.
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