Alteridades estranhadas: contradições e potencialidades da forma ser-outra no capitalismo vigente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020016

Palavras-chave:

ser-outra; capitalismo; patriarcado; escravidão; trabalho não-remunerado

Resumo

O objetivo desta proposta é lançar uma perspectiva feminista decolonial à teoria marxista da valorização e acumulação de capital, deslocando o acento sobre a relação capital/trabalho (assalariado) para as formas de exploração e opressão laborais não remuneradas; nomeadamente àquelas que se desenvolveram inerentes ao patriarcado racista pela imbricação entre colonialismo, patriarcado e escravidão, cujo rascunho da categoria que estou definindo por ser-outra articula. O intuito é lançar uma perspectivas feminista, partindo da escuta das vozes periféricas e feministas, para seguir radicalizando a questão que, embora ripária, não esteve ausente das preocupações do marxismo em sua diversidade: sobre como as diversas formas laborais não-remuneradas são basilares às cadeias radicais do capitalismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tábata Berg, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Referências

A BÍBLIA. São Paulo: Paulus, 1990.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

ALMEIDA, Cecília Barreto de; VASCONCELLOS, Victor Augusto. Transexuais: transpondo barreiras no mercado de trabalho em São Paulo? Rev. Direito GV, v. 14, n. 2, São Paulo, Maio-Ago. 2018.

ARRUZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99%: um Manifesto. São Paulo: Boitempo, 2018.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016 [1949].

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto Alegre: Editora USP; Zouk, 2006 [1979].

CABNAL, Lorena. Acercamiento a la construcción del pensamiento epistémico de las mujeres indígenas feministas comunitarias de Abya Yala. In: ______. Feminismos diversos: el feminismo comunitario, p. 11-25. Huntington Park, CA: Las Segovias - Acsur, 2010.

______. A recuperação do corpo como território defesa. Entrevista a Juliana Bittencourt. Revista Geni, 2015. Disponível em: <http://revistageni.org>. Acesso em: 20 Jan. 2020.

» http://revistageni.org

CARBY, Hazel. White woman listen! Black feminism and the boundaries of sisterhood. Black British Cultural Studies. Chicago, 1996.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro. São Paulo: Boitempo, 2019.

CONDÉ, Maryse. Eu, Tituba. Bruxa negra de Salem. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2019.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça, classe. São Paulo: Boitempo, 2016 [1981].

FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017 [2004].

FOLHA DE S. PAULO. Parcela da população que se declara dona de casa cai para 7% em 26 anos. Folha de São Paulo, 6 Ago. 2019. Disponível em: https://www1.folha. uol.com.br/mercado/2019/08/parcela-da-populacao-que-se-declara-dona-de-casa-cai -para-7-em-26-anos.shtml >. Acesso em : 07 Ago. 2019.

» https://www1.folha. uol.com.br/mercado/2019/08/parcela-da-populacao-que-se-declara-dona-de-casa-cai -para-7-em-26-anos.shtml

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223-244, 1984.

GUIMARÃES, Nadya Araujo; HIRATA, Helena; SUGITA, Sumiko Kurumi. Cuidado e cuidadoras: o trabalho de care no Brasil, França e Japão. Revista Sociologia & Antropologia v. 1, n. 1, p. 151-180, 2011.

HOOKS, bell. Da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019 [1984].

______. Ain’t i a woman: black women and feminism. New York; London: Routledge, 2015 [1981].

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013 [1867].

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

MATTOS, Patrícia. A dor e o estigma da puta pobre apud SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é como vive. São Paulo: Contratempos, 2018 [2009].

MBEMBE, Achille. A crítica da razão negra. São Paulo: N-1 Edições, 2018 [2013].

MIES, Maria. Patriarchy & accumulation on a word scale: women in the International division of labor. New York: Zed Book, 1998 [1986].

MORISSON, Toni. Amada. São Paulo: Companhia das Letras, 2007 [1987].

PETRONE, Talíria. (Re)nascer em tempos de pandemia. Pandemia capital. São Paulo: Boitempo, 2020.

RAGO, Margareth. Os mistérios do corpo feminino ou as muitas descobertas do “amor venéris”. Proj. História, n. 25, São Paulo, Dez. 2002.

RANIERE, Jesus. A câmara escura: alienação e estranhamento em Marx. São Paulo: Boitempo, 2001.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? São Paulo: Pólen Livros, 2019.

SAFFIOT, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013 [1969].

SIMMEL, George. A filosofia do amor. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

VERGÈS, Françoise. Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu, 2020.

Downloads

Publicado

13-09-2021

Como Citar

Berg, T. (2021). Alteridades estranhadas: contradições e potencialidades da forma ser-outra no capitalismo vigente. Sociedade E Estado, 36(02), 745–769. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020016

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.