Identificação de regiões suscetíveis à  contaminação por óleo na Lagoa dos Patos

Autores

  • Bruno Lopes
  • Thaísa Trombetta
  • Osmar Moller Jr.
  • Wiliam Marques FURG/Professor

Palavras-chave:

Vazamento de óleo; Lagoa dos Patos; Índice de Sensibilidade do Litoral; Modelagem numérica; TELEMAC-3D

Resumo

O presente estudo consiste em simular eventos de derrame de óleo na região portuária de Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, com aplicação da modelagem numérica. Para isso, foi realizada uma simulação hidrodinâmica de 365 dias, sendo esta equivalente às médias diárias calculadas entre 2003 e 2015. Ademais, simulações de vazamento de óleo foram utilizadas para identificar as principais forçantes que controlam o deslocamento da mancha, assim como, seu destino final. Os resultados mostraram que a tendência do deslocamento do óleo ocorre devido à combinação dos efeitos do vento e da descarga dos afluentes da Lagoa dos Patos. Durante os períodos de verão e primavera, os ventos de Nordeste resultaram mais frequentes, sendo estes os principais responsáveis pelo deslocamento das manchas de óleo. Além disso, a descarga dos afluentes apresentou valores abaixo de 2500 m³/s, tornando a ação das correntes menos significativas. Nos meses mais frios, a alta descarga dos afluentes foi combinada ao efeito direto das correntes para deslocamento do óleo, tornando o efeito do vento menos significativo. Em relação à suscetibilidade à chegada do óleo, é possível ressaltar que o Super Porto foi o mais afetado em todas as estações do ano, seguido de Marismas, que foi destacado como o mais preocupante, uma vez que apresentou grandes concentrações de óleo e possui o maior Índice de Sensibilidade do Litoral. Por fim, as informações disponibilizadas sobre possíveis vazamentos no estuário da Lagoa dos Patos, contribuem com planos de contingência, e possibilitam uma resposta rápida à contaminação neste ambiente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Gurjar, B.R., Sharma, R.K., Ghuge, S.P., Wate, S.R., Agrawal, R. Individual and Societal Risk Assessment for a Petroleum Oil Storage Terminal. J Hazard Toxic Radioact Waste, 2015, 19, 4015003.

Brakstad O.G., Lofthus S., Ribicic D., Netzer R. Biodegradation of Petroleum Oil in Cold Marine Environments. In: Psychrophiles: From Biodiversity to Biotechnology, 1st ed.; Margesin, R.; Publisher: Springer, Cham; 2017; pp. 613-644.

Almada, G.V.d.M.B., Bernardino, A.F. Conservation of deep-sea ecosystems within offshore oil fields on the Brazilian margin, SW Atlantic. Biol Conserv, 2017, 206, 92”“101.

Moreno, R., Jover, L., Diez, C., Sanpera, C. Seabird feathers as monitors of the levels and persistence of heavy metal pollution after the Prestige oil spill. Environ Pollut, 2011, 159, 2454”“2460.

ITOPF, 2019. Oil Tanker Spill Statistics. Publisher: The International Tanker Owners Pollution Federation Limited, Inglaterra, 2019; Volume 1, pp. 20.

IBAMA ”“ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis. Modelagem de derramamento de óleo no mar. In: Informação Técnica ELPN/IBAMA n° 023/02. 2002.

Dupuis, A., Ucan-Marin, F. A literature review on the aquatic toxicology of petroleum oil: an overview of oil properties and effects to aquatic biota. Publisher: DFO Canadian Science Advisory Secretariat Research Document, 2015; 1, 57.

SUPRG - Superintendência do Porto de Rio Grande. Movimentação por segmento de carga, 2020; 1, 23.

Kjerfve, B., 1986. Comparative oceanography of coastal lagoons. Estuarine Variability, 1986, 1, 63”“81.

Möller, O.O., Castaing, P. Hydrographical characteristics of the estuarine area of Patos Lagoon (30 o S, Brazil). Estuaries of South America - Their Geomorphology and Dynamics, 1999, 83”“100.

Marques, W.C., Fernandes, E.H., Monteiro, I.O., Möller, O.O. Numerical modeling of the Patos Lagoon coastal plume, Brazil. Cont Shelf Res, 2009, 29, 556”“571.

Marques, W.C., Stringari, C.E., Eidt, R.T., 2014. The Exchange Processes of the Patos Lagoon Estuary ”“ Brazil: A Typical El Niño Year versus a Normal Meteorological Conditions Year. Advances in Water Resource and Protection, 2014, 568 2, 11”“20.

Hervouet, J.M. Hydrodynamics of free surface flows: modelling with the finite element method, 1st ed.; Publisher: John Wiley & Sons, Wiley, 1, 2007, pp. 5-75.

Marques, W.C., Stringari, C.E., Kirinus, E.P., Möller Jr, O.O., Toldo Jr, E.E., Andrade, M.M. Numerical modeling of the Tramandaí beach oil spill, Brazil - Case study for January 2012 event. Applied Ocean Research, 2017, 65, 178-572.

MMA - Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. Especificações e Normas Técnicas para Elaboração de Cartas de Sensibilidade Ambiental para Derramamentos de Óleo. 2007.

Nicolodi, J.L. Atlas de sensibilidade ambiental ao óleo da Bacia Marítima de Pelotas. Porto Alegre: Panorama Crítico, 2016.

Sutherland, J., Wallingford, H.R. Cosmos modelling and The devolopment of model performance statistics. TR121-EC MAST Project number MAS3-CT97-0086, 2001. Publisher: HR Wallingford, Reino Unido, pp. 1”“4.

Camargo. Atlas Eólico: Rio Grande do Sul. Publisher: Camargo”“Schubert Engenharia Eólica. Porto Alegre ”“ RS. 2014: Volume 1. pp. 54.

Möller, O.O., Castaing, P., Salomon, J.C., Lazure, P., 2001. The Influence of Local and Non-Local Forcing Effects on the Subtidal Circulation of Patos Lagoon. Estuaries, 2001, 24, 297.

Machado, A.A., Calliari, L.J., Melo, E., Klein, A.H.F., 2010. Historical assessment of extreme coastal sea state conditions in southern Brazil and their relation to erosion episodes. Pan-American Journal of Aquatic Sciences, 2010, 5, 277”“286.

Lopes, B.V., Trombetta, T.B., Pavlovic, A., Oleinik, P.H., Monteiro, C.B., Guimarães, R.C., da Silva, D.V., Marques, W.C., 2019. Numerical Study of Oil Spill in the Patos Lagoon Under Flood and Ebb Conditions. Journal of Marine Science and Engineering, 2019.

Downloads

Publicado

2021-09-17

Como Citar

Lopes, B., Trombetta, T. ., Moller Jr., O., & Marques, W. (2021). Identificação de regiões suscetíveis à  contaminação por óleo na Lagoa dos Patos. Revista Interdisciplinar De Pesquisa Em Engenharia, 7(01), 18–28. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/ripe/article/view/35042