“Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”: caminhos para uma educação antirracista no Distrito Federal

Resumo

O recorte deste ensaio é o cruzamento entre uma crítica à instituição escolar e o uso de pedagogias de terreiro na educação básica. Por isso, antes de tudo, pede-se licença a Exu/Njila/Elegua/Legba, o dono das encruzilhadas, a boca-que-tudo-come, divindade do movimento, da linguagem e da comunicação. Inspira-se em Luiz Rufino para tratar neste ensaio o que ele chamou de “pedagogia das encruzilhadas”, a partir de uma epistemologia decolonial e uma teoria exusíaca. A partir desse conceito, relata-se experiência cotidiana na implementação da legislação referente à obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” na rede de ensino da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal, no Ensino Fundamental (anos iniciais) e no Ensino Médio. Assim, discorre-se sobre a inserção do conteúdo programático nas escolas e comenta-se acerca das possibilidades de se ministrar os conteúdos prescritos no âmbito do currículo escolar.