Iyás e Abebés: existências, resistências e lutas matriarcais afrodiaspóricas
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i2.34579Palavras-chave:
Mães de Santo. Mulheres de Terreiro. Oxum. Abebé. Espelho.Resumo
Com a Diáspora Negra, aportaram no Brasil as Iyás ”“ mães e Iyabás, que são as divindades matrigestoras afro-brasileiras, vindas do outro lado do Oceano Atlântico. Assim, neste artigo se propõe discutir algumas ideias a respeito de como a divindade afro-brasileira Oxum e o seu espelho de mão, o abebé, são efetivamente belicosos; buscamos também evidenciar alguns elementos das vidas de Makota Valdina, Maria Neném, Doné Runhó, Tia Ciata, Mãe Aninha, Chica Xavier, Mãe Stella de Oxóssi, Mãe Menininha, Olga do Alaketu, Mãe Beata de Iemanjá, Mãe Gilda de Ogun e Giselle Omindarewá, aqui nomeadas como Iyás: Mães de Santo, Matrigeradoras e Matrigestoras afro-brasileiras. A partir de uma pesquisa bibliográfica, identificamos que as lutas antirracistas e feministas são comuns nas vidas dessas Iyás, pois verificamos que em diferentes períodos e em diferentes terreiros essas lutas se repetiram de distintas formas, e compreendemos que as lutas contra o racismo e machismo são constitutivas e/ou uma característica das Iyás afro-brasileiras. Concebemos Oxum como insígnia das Iyás e Iyábás e, entretanto, consideramos que ainda as mulheres de terreiro permanecem invisibilizadas.
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