Orixás, Inquices e Voduns: as nomenclaturas e etnias dos sagrados nos candomblés Ketu, Bantu e Jeje

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v5i1.29679

Palavras-chave:

Nações do Candomblé, Diversidade, Unidade Africana

Resumo

Este estudo é fruto da iniciativa de discorrer acerca das nomenclaturas das divindades em três nações do Candomblé (Ketu, Bantu e Jeje). A proposta é elaborar uma análise sobre Orixás, Nkises e Voduns e formular respostas para indagações, por exemplo, se são divindades iguais e/ou equivalentes e, sendo assim, sua mudança se dá apenas pela nomenclatura ou se são divindades distintas, de fato. Para responder tais indagações foi preciso traçar um caminho entre a história colonial, a antropologia, a linguística, o movimento de reafricanização das denominações do Candomblé e a problemática da constante e impensada singularização sobre o sujeito negro ou africano causada pelo racismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ronan da Silva Parreira Gaia, Universidade de São Paulo - USP

Bàbá Ìgbín Aládé. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo ”“ EERP/USP. Especialista em Direitos Humanos, Educação e Sociedade, Educação Especial e Inclusiva, Gestão Pública e em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Educação São Luís. Licenciado em Pedagogia pela Faculdade Filadélfia. 

Alice da Silva Vitória, Universidade Federal de Viçosa

Especialista em Ensino de História da África pelo Colégio Pedro II. Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa ”“ UFV. 

Referências

ARAÚJO, Patrício Carneiro. Awo Òrìsà: o segredo ritual como fonte do poder dos ègbónmi. Revista Nures, n. 22, p. 1-23, 2012. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/nures/article/view/21187/15488>. Acesso em: 04 jan. 2020.

ARAÚJO, Patrício Carneiro. Desafios da antropologia contemporânea: elementos para se pensar o antropólogo insider no campo da antropologia das populações afro-brasileiras. In: CLEMENTE, C. C.; SILVA, J. C. G. (Orgs.). Culturas negras e ciências sociais no século XXI: perspectivas afrocentradas. Uberlândia, MG: EDUFU, 2018a, p. 11-68. Disponível em: <http://www.edufu.ufu.br/sites/edufu.ufu.br/files/ebook_culturas_negras_e_ciencias_sociais_no_seculo_xxi_edufu_3.pdf>. Acesso em 10 jan. 2020.

ARAÚJO, Patrício Carneiro. Segredos do Poder: hierarquia e autoridade no Candomblé. São Paulo: Arché, 2018b. 256p.
BOTÃO, Renato Ubirajara dos Santos. Para além da nagocracia: a (re)africanização do candomblé nação angola-congo em São Paulo. Marília, 2007.

AZORLI, D. F. R. Ecos da África Ocidental: o que a mitologia dos orixás nos diz sobre as mulheres africanas do século XIX. 2016. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Assis, SP.

BRASIL. Lei n. 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília.

CERQUEIRA, André S. Uma Reflexão Sobre o Surgimento do Candomblé. Universidade de São Paulo. Histórica - revista online do arquivo público do estado de São Paulo, ano 3, n. 21, 2007. Disponível em: <http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao21/materia02/texto02.pdf>. Acesso em 12 mar. 2019.

CICONELLO, Alexandre. O desafio de eliminar o racismo no Brasil: a nova institucionalidade no combate à desigualdade racial. In: OXFAM INTERNATIONAL. (Org.). From Poverty to Power: how Active Citizens and Effective States can Change the World. Londres: Oxfam International, 2008.

DE DEUS, Lucas Obalera. Pensando sobre nomes próprios africanos na diáspora brasileira. Portal de notícias Mundo Negro, 2017. Disponível em: <https://mundonegro.inf.br/pensando-sobre-nomes-proprios-africanos-na-diaspora-brasileira/>. Acesso em> 28 mai. 2019.

DE DEUS, Lucas Obalera. Trazendo o racismo religioso para a discussão. In: DE DEUS, Lucas Obalera. Por uma perspectiva afrorreligiosa: estratégias de enfrentamento ao racismo religioso. Caderno de Religião e Política. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, p.12-15, 2019.

DIOP, Cheikh Anta. A Unidade Cultural da África Negra: esferas do patriarcado e do matriarcado na antiguidade clássica. Angola: Pedago, 2014.

DIOP, Cheikh Anta. Parenté génétique de l’égyptien pharaonique et des langues négro-africaines. Ifan-Dakar: Nouvelles Editions Africaines, 1977.

DOCUMENTÁRIO. “1804: A história oculta do Haiti” - Parte1. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dLqfDkpchUc>. Acesso em 12 mar. 2019.

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EdUFBA, 2008.

FERRETTI, Sérgio F. A terra dos Voduns. Repositório de Publicações Científicas da Universidade Federal do Maranhão. São Luís: UFMA, p. 1-6, 2006. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B2uDMAvhdlJTUzhrV2s5SzN2aDA/view>. Acesso em: 7 mai. 2019.

FERRETTI, Sérgio F. Sincretismo afro”“brasileiro e resistência cultural. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 4, n. 8, p. 182-198, jun. 1998.

FINCH, C. Cheikh Anta Diop Confirmado. In: NASCIMENTO, E. L. (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.

GAIA, Ronan da Silva Parreira. Para início de conversa: resistência compromisso e coragem. In: GAIA, Ronan da Silva Parreira; VITÓRIA, Alice da Silva; ROQUE, Ariel Teixeira. Candomblé no Brasil: resistência negra na diáspora africana. São Paulo: Paco Editorial, 2020.

GAIA, Ronan da Silva Parreira; VITÓRIA, Alice da Silva; ROQUE, Ariel Teixeira. Candomblé no Brasil: resistência negra na diáspora africana. São Paulo: Paco Editorial, 2020.

HAAG, Carlos. A saudade que mata. Revista Pesquisa FAPESP, n.172, p. 87-89, jun. 2010. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/2010/06/26/a-saudade-que-mata/>. Acesso em: 20 de fev. 2019.

HALL, Stuart. Que “negro” é esse na cultura negra? In: Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

HALL, Stuart. The West and rest: discourse and power. In: HALL, Stuart et al. (Orgs.). Modernity: introduction to the modern societies. Oxford: Blackwell, p. 185-227, 1996.

HORA FILHO, Edmilton Amaro da. Ecopedagogia no terreiro de Candomblé Angola. 2016. 112f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco, CE.

IBGE. Censo 2010 ”“ População residente, por religião. Resultados da Amostra. IBGE, 2010.

KILEURY, O.; OXAGUIÃ, V. O candomblé bem explicado: Nações Bantu, Iorubá e Fon. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.

LETRAS DE MÚSICAS. Samba enredo da Mangueira 2019. 2019. História para ninar gente grande. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/sambas/mangueira-2019/>. Acesso em: 15 mai. 2019.

LUCAS, J. Olumide. Religion of the Yorubas: Being an Account of the Religious Beliefs and Practices of the Yoruba Peoples of Southern Nigeria, Especially in Relation to the Religion of Ancient Egypt. Lagos: CMS Bookshops, 1948.

MARTINS, Alan Christian Pedroso; IWASHITA, PEDRO K. Sincretismo: uma relação entre o catolisicmo e as religiões afro-brasileiras. Revista Eletrônica Espaço Teológico, v. 11, n. 20, p. 38-54, jul./dez. 2017.

MONTEIRO, M. Religiões tradicionais de matriz africana. In: Rodas de Filosofia e Transculturalismo. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 14 fev. 2019. Notas de Aula.

MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o Racismo na escola. 2. ed. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília, 2005.

NASCIMENTO, Abdias. O Genocídio do Negro Brasileiro. Processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva, 2016.

NOGUEIRA, Sidnei Barreto. A Palavra Cantada em Comunidades-terreiro de Origem Iorubá no Brasil: da Melodia ao Sistema Tonal. 2008. 238f. Tese (Doutorado em Linguística). Universidade de São Paulo, SP.

PARÉS, Luis Nicolau. A formação do Candomblé: História e ritual da nação jeje na Bahia. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2018.

PRANDI, Reginaldo. As religiões afro-brasileiras e seus seguidores. Civitas - Revista de Ciências Sociais, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 15-33, jun. 2003.

PRANDI, Reginaldo. Oxumarê, o arco-íris: mais histórias dos deuses africanos que vieram para o Brasil com os escravos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.

REVISTA PALMARES. Saberes e viveres de mulher negra: Makota Valdina. Entrevista. In: Revista Palmares: cultura afro”“brasileira. ano 1. n. 2, 2005, p.75-83. Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2011/02/revista02.pdf>. Acesso em 25 mar. 2019.

RIBAS, José Tadeu de Paula. A questão do Deus único nas religiões africanas e afrodescendentes: Monoteísmo x Politeístas ”“ identidade e valia nos afrodescendentes. Thoth, Brasília, n. 5, p. 21-35, mai./ago. 1998.

SANTOS, Hélio. Uma teoria para a questão racial do negro brasileiro. A trilha do círculo vicioso. São Paulo em Perspectiva, v. 8, n. 3, p. 56-65, 1994.

SÀKPÁTA, Nagbo Vodúnnòn Mejito Marcia du. Nukplonwemá Fongbè ”“ Português: vocabulário do uso da língua fon nos terreiros Mahii do Rio de Janeiro. Editora Scortecci, 2014. 236 p.

SCORSOLINI-COMIN, Fabio. Cantar em iorubá e resistir em solo brasileiro: racismo e intolerância no contexto do candomblé. In: GAIA, Ronan da Silva Parreira; VITÓRIA, Alice da Silva; ROQUE, Ariel Teixeira. Candomblé no Brasil: Resistência negra na diáspora africana. São Paulo: Paco Editorial, 2020.

SILVA, Ana Célia. A representação social do negro no livro didático: o que mudou? por que mudou? Salvador: EDUFBA, 2011.

SILVA, Alice Cristina da. A Tradição Oral no Candomblé. 2017. 39f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Religiões e Religiosidades Afro-Brasileira: Política de Igualdade Racial em Ambiente Escolar), Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.

SILVA, George da Hora. No Tempo de Finado: conflito geracional, poder e mando em um Candomblé de Salvador. 2019. 120f. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos). Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA.

SILVA JUNIOR, HÉDIO et al. Parecer jurídico sobre abate religioso entregue pelas religiões afro-brasileiras no Supremo Tribunal Federal. São Paulo, 2018. 23p.

SIMAS, Luiz Antonio. Liberdade Religiosa, Intolerância e Racismo. In: Canal Philos. YouTube, 11 abr. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FRdOLYFFrLQ>. Acesso em: 14 mai. 2019.

SLENES, R. “Malungu, ngoma vem!”: África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n.12, p. 48-67, 1992. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i12p48-67>. Acesso em: 2 jun. 2019.

SODRÉ, Muniz. O Terreiro e a Cidade: a forma social negro-brasileira. Salvador: Ed. Imago, 2002.

SODRÉ, Muniz. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.

TESSEROLLI, Mirian A. Breves reflexões sobre o ebó, uma oferenda ritual. In: XI Simpósio Nacional da Associação Brasileira de História das Religiões. Anais do XI Simpósio Nacional da Associação Brasileira de História das Religiões - Sociabilidades religiosas: mitos, ritos e identidades. UFG. Goiânia, 25 a 27 de maio de 2009. Disponível em: <http://www.abhr.org.br/wp-content/uploads/2013/01/art_TESSEROLLI_ebo.pdf>. Acesso em 12 jun. 2019.

VALENTE, Waldemar. Sincretismo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976.

VELECI, N. N. Cadê Oxum no espelho constitucional?: obstáculos sóciopolítico-culturais para o combate às violações dos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros. 2017. 145f. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos e Cidadania), Universidade de Brasília, DF.

VERGER, P. Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de todos os Santos, no Brasil, e na Antiga Costa dos Escravos, na África. Trad. C. E. M. Moura. São Paulo: EDUSP, 2019.

VERGER, Pierre Fatumbi. O Deus Supremo Iorubá: uma revisão das fontes. Publicado em Odu, University of life, Journal of African Studies, v. 2, n. 3, 1966. Disponível: <https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20832/13433>. Acesso em: 12 jun. 2019.

VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos Orixás. 4. ed. Salvador: Corrupio, 1997a.

VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás: Deuses iorubas na África e no novo mundo. Salvador: Corrupio, 1997b.

Downloads

Publicado

2021-07-02

Como Citar

da Silva Parreira Gaia, R., & da Silva Vitória, A. (2021). Orixás, Inquices e Voduns: as nomenclaturas e etnias dos sagrados nos candomblés Ketu, Bantu e Jeje. Revista Calundu, 5(1). https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v5i1.29679