n. 3 (2016): Usufruto, privações e repercussões: olhares sobre o colonialismo
No momento em que o mundo se configura ainda como um vasto espaço passível de ser dominado, com riquezas, territórios e povos a serem explorados e conquistados, os países na vanguarda industrial tornam a colonizar outros continentes. O homem forjado pelas Revoluções Industrial e Francesa possuía uma necessidade ontológica de apoderar-se do globo; necessitando exportar sua civilização e impô-la ao outro. Distintamente da pulsão colonizadora dos séculos anteriores, o ímpeto oitocentista é movido pelo pistão, pelo vapor, pela máquina, atingindo, desse modo, proporções inéditas. Como etapa do desenvolvimento do modo de produção capitalista, o imperialismo, novo paradigma para os impérios coloniais, é dicotômico, pois divide os homens entre aqueles que usufruem os benefícios da produção e aqueles que carregam seu fardo. O colonizador necessita do colonizado, uma vez que, em tal configuração de poder, só há usufruto se houver privações. O maior ou menor controle dos mercados internacionais e dos Estados-nação pelos atores desse sistema colonial seria também uma explicação para a diversidade das situações encontradas.
Partindo de tal perspectiva, a Revista XIX: artes e técnicas em transformação convida os interessados a enviar artigos para serem publicados em sua terceira edição. Além de textos que versem sobre a temática do dossiê, a revista também receberá ensaios e traduções relacionados ao século XIX.