Ensino da filosofia:
Pergunta filosófica, proposta metodológica e compromisso político
DOI:
https://doi.org/10.26512/resafe.v0i13.4369Resumo
No presente trabalho propõe-se continuar o diálogo sugerido por Alejandro Cerletti (2008), frisando o eixo kantiano e salientando suas implicações políticas. O Sapere aude (KANT, 1999) aparece como proposta para a irrupção do pensamento do outro, o que não se limita ao mero conhecimento, pois a Aufklärung é também um projeto filosófico-político (Kant, 1989). Esse é o primeiro ponto de discussão, pois entendo que esse singular projeto é o modo proposto por Kant tanto para o exercício do pensar como para a realização da liberdade individual e coletiva no âmbito da ação política. Dessa maneira, quando Kant define como o filósofo deveria exercer sua função específica e o para que desse exercício, estabelece uma imbricação (não superposição nem substituição) do filosofar com a ação política, considerando o filósofo como mais um dos agentes da política, com uma função específica e importante no cenário político, a partir do próprio exercício da filosofia. Aqui, então, se desdobra o segundo ponto de discussão, pois partindo desses pressupostos, quando Kant visa a formação de cidadãos do mundo, na construção e preservação de um estado civil, o exercício da filosofia não deveria se entender como uma propedêutica, e sim como uma das instâncias da formação e do exercício da política. Por isso, a formação política faz parte do currículo de filosofia não como instrumental que posteriormente seria utilizado, em âmbitos alheios à filosofia.
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