O filosofar como tensionamento e devir
DOI:
https://doi.org/10.26512/resafe.v0i11.4212Palavras-chave:
Ciências Sociais, Filosofia, Educação, Filosofia da Educação, Ensino de Filosofia, Ensinar-aprender filosofia, FilosofarResumo
Na primeira parte destaca-se que uma concepção acerca do ensinar-aprender filosofia remonta a uma filosofia determinada, a qual dá suporte ao método subjacente à s práticas pedagógicas. Compreender o ensinar-aprender filosofia como exercício de habilidades cognitivas específicas, ou mera exposição das idéias presentes na História da Filosofia, ou debate de opiniões que remetem e se sustentam na linguagem comum, não deixa de consistir em uma falsificação do sentido mesmo de filosofia. O ensinar-aprender filosofia é um exercício racional na medida em que tensiona com a própria razão e propicia possibilidades inusitadas à compreensão das relações entre a racionalidade, a linguagem e o sentido do humano. Na segunda parte, após percorrer os esquemas da imagem dogmática do pensamento, observa-se que a história da filosofia e a história da ciência expressam uma permanente tensão, onde se põe em jogo o devir da linguagem e da razão. As chamadas habilidades cognitivas são assim incorporadas em uma concepção ampliada de racionalidade, onde são considerados processos que não mais se enquadram nos pressupostos lógicos tradicionais. A tensão resultante opera devires no dinamismo do pensar, o que condiz com uma concepção acerca do filosofar e do ensino de filosofia que ultrapassa o exercício de habilidades cognitivas usualmente tematizados nos manuais de ensino. Assim, são expressas as linhas gerais de uma proposta de programa de pesquisa acerca das relações entre devires do pensar e o ensinar-aprender filosofia. Por fim, algumas indicações sobre como tal concepção acerca do ensinar-aprender e das relações entre filosofia e linguagem poderá incidir em uma práxis do filosofar com crianças.
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Referências
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