Idealização e Unicidade nos Desacordos Entre Pares: O Caso do Desacordo Religioso
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842023e52446Palavras-chave:
Idealização, Tese da Unicidade, Desacordo ReligiosoResumo
Neste texto, discuto dois pontos importantes para o desacordo religioso, a saber: a idealização e a unicidade. Na literatura sobre desacordos existe uma noção idealizada de simetria epistêmica, porém, esse cenário idealizado talvez não seja a melhor maneira de entender as disputas reais entre pares. Outro ponto importante é a tese da unicidade, este princípio diz que um corpo de evidências sustenta uma única atitude doxástica ou uma única proposição. Assim, com esse tipo de princípio em mente, autores como Richard Feldman defendem uma visão cética para os desacordos. Ele afirma que, em casos de desacordos entre pares, ambos agentes deveriam abandonar suas crenças e suspender o juízo, uma vez que a evidência não justifica crenças competidoras ao mesmo tempo. Na opinião de Feldman, isso também é válido para o desacordo religioso. No entanto, podemos contestar atese da unicidade, argumentando em favor da permissividade das evidências, esta tese ao contrário afirma que um corpo particular de evidências pode sustentar crenças competidoras ao mesmo tempo. Portanto, com um princípio de permissividade em mente, irei argumentar que ambos agentes podem estar justificados em uma disputa. No desacordo religioso, por exemplo, tanto ateus quanto teístas podem estar justificados em manter suas respectivas crenças.
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