Condorcet e a ideia de religião como obstáculo aos progressos do espírito humano
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842023e51909Palavras-chave:
Humanidade - História - Progresso - ReligiãoResumo
Em seu Esboço de um quadro histórico dos progressos do espírito humano (1794), Condorcet situa os progressos do espírito humano na marcha da história. Numa perspectiva linear e dividida em dez períodos, a história se torna palco das mudanças e transformações vivenciadas pela espécie humana iniciada em um estado razoavelmente rude presente nas primeiras sociedades, até graus visionariamente sofisticados da civilização, em seu contínuo aperfeiçoamento. Essa marcha é marcada por avanços e retrocessos, verdades e erros, nos quais manifestam um combate que tem sido historicamente enfrentado entre forças antagônicas capazes de retardar ou acelerar os progressos do espírito humano. Para Condorcet, a religião se situa no lado obscuro da história. O objetivo deste trabalho é o de entender, baseados em Condorcet, as razões que justificariam a ideia de uma religião alinhada ao atraso. O nosso foco, apoiado nas argumentações de Souza (2001), Cassirer (1994) e Todorov (2008), é o de buscar a origem da religião na obra em destaque, além do seu vínculo com a educação, com a ética e com o poder político. Concluiremos o trabalho elaborando problematizações acerca desses vínculos, com o intuito de questionar sobre a possibilidade de um descarte absoluto da religião como condição necessária para o progresso da humanidade.
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Referências
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