Basilaridade da Crença Teísta e Ônus da Prova
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842023e49352Palavras-chave:
crença teísta, ônus da prova, basilaridade apropriada, teologia natural, Alvin PlantingaResumo
Neste artigo defende-se que a basilaridade apropriada da crença teísta resulta na inversão do ônus da prova no debate sobre a existência de Deus. A atribuição do ônus da prova ao crente calca-se no pressuposto evidencialista de que a crença em Deus não é básica, o qual é possibilitado pela atual hegemonia do naturalismo no âmbito acadêmico. Negando-se esse pressuposto, nega-se aquela atribuição. Além de se explicitar o papel determinante da hegemonia de crenças na atribuição do ônus da prova, também é defendida a necessidade da teologia natural em seu aspecto defensivo, e tenta-se mostrar que essa necessidade já era admitida entre os teólogos naturais mais eminentes da Idade Média. Por outro lado, a necessidade de argumentação propositiva, defendida por meio da objeção da Grande Abóbora, equivale à aceitação da objeção evidencialista e, portanto, à negação da epistemologia reformada de Alvin Plantinga. Mostrando-se que a hegemonia do naturalismo não significa necessariamente que existam bons argumentos a seu favor, e lançando mão da basilaridade da crença teísta defendida na epistemologia reformada, conclui-se que é possível inverter o ônus da prova no contexto específico em que o crente é acusado de irracionalidade caso não apresente argumentos que justifiquem sua posição.
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