Experiência Pura e Intuição no Diálogo Filosófico Ocidente-Oriente

Autores

Palavras-chave:

Experiência Pura, Intuição, Nishida, William James, Bergson.

Resumo

Este pequeno artigo pretende abordar como a proposição de certas categorias da filosofia contemporânea da religião enquanto conceitos-chave podem contribuir para a construção de uma ponte entre o pensamento Ocidental e Oriental, os quais são normalmente contrapostos a partir de características atribuídas a cada um deles, e que representariam contradições. Ao mesmo tempo em que a oposição é reforçada por teólogos e filósofos, é plenamente aceito que, entre os pensadores mais místicos estas diferenças importam muito pouco, como se pode ver, pelo interesse despertado pela obra de Eckhart entre os filósofos vinculados ao Zen Budismo na Escola de Kyoto.  Embora algumas das características ditas Orientais sejam compartilhadas por escolas filosóficas de orientação Neoplatônica, conforme Nishida, nada mais distante do caminho do zen budismo do que a transcendência absoluta plotiniana. Nesse contexto, propomos que os aspectos mais práticos e diretos e menos propriamente doutrinários são aqueles que podem proporcionar um diálogo real. Tais aspectos passam a figurar como fundamentais em algumas propostas filosóficas contemporâneas que erigem suas doutrinas a partir de conceitos baseados na experiência direta. Dentre estes, elegemos para este estudo a “experiência pura” tal como apresentada por William James e a “Intuição” tal como proposta por Henri Bergson.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BERGSON, Henri. A Evolução Criadora. Rio de Janeiro: Opera Mundi, 1971.

BERGSON, Henri. A Intuição Filosófica. Lisboa: Edições Colibri, 1994.

CARTER, Robert. The Kyoto School: An Introduction. New York: SUNY Press, 2013.

CESTARI, Matteo. Além da Metafísica do Conceito? Nada e negação na lógica do lugar. In

GIACOIA, O.; FLORENTINO, A. (orgs.) O Nada absoluto e a superação do Niilismo: os

fundamentos da Escola de Kyoto. Campinas, Phi, 2013. 51-94.

HEISIG, James W. The Religious Philosophy of the Kyoto School: An Overview. Japanese

Journal of Religious Studies, 17/1. 1990. 51-81.

HEISIG, James. W. Philosophers of Nothingness: An Essay on the Kyoto School. University of

Hawai’i Press, 2001.

JAMES, William. The Meaning of Truth. Cambridge: Harvard University Press, 1975.

KRUEGER, J. W. The Varieties of Pure Experience: William James and Kitaro Nishida on

Consciousness and Embodiment. William James Studies, vol. 1, no. 1, 2006.

MULLER, Marcos L. “Negatividade dialética e a autodeterminação do nada absoluto”. In

GIACOIA, O.; FLORENTINO, A. op. cit. Campinas: Phi, 2013. 21-50

NISHIDA, Kitaro. An Inquiry into the Good. New Haven: Yale University Press, 1990.

NISHIDA, Kitaro, Intuition, Reflection and Self-Consciousness. New York: SUNY Press, 1987.

SELL, Carlos E. Max Weber e o Misticismo Oriental - TOMO 14. S. Cristóvão: 2009. 15-33.

SILVA , Franklin L. Bergson, Intuição e discurso filosófico. São Paulo: Loyola, 1994.

SUZUKI, Daisetsu T. ‘‘An Interpretation of Zen Experience,’’ In MOORE, Charles A. (ed.) The

Japanese Mind: Essentials of Japanese Philosophy and Culture, Honolulu: The University of

Hawai‘i Press, 1967.

TANAKA, Yutaka. Philosophy of Nothingness and Process Theology. Diogenes, 57(3) 20-

, Aug. 2011.

ZAVALA, Agustín J. La filosofía social de Nishida KitarÅ, 1935-1945. Zamora: El Colegio de

Michoacan, 1994.

Downloads

Publicado

2020-02-23

Como Citar

Cavaleiro de Macedo, C. C. (2020). Experiência Pura e Intuição no Diálogo Filosófico Ocidente-Oriente. Revista Brasileira De Filosofia Da Religião, 5(2), 42–50. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbfr/article/view/29711

Edição

Seção

Artigos (temática geral)