A ética das intervenções nos genomas
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v2i3.7990Palavras-chave:
Biotecnologia. Envelhecimento. Ética. Genoma. Transgênicos.Resumo
Os recentes avanços da biotecnologia genômica, tanto na área agrícola como na médica, tem causado controvérsias nos mais diferentes segmentos da sociedade. Há grande preocupação com os riscos ambientais e à saúde humana advindos do uso extensivo das plantas transgênicas, bem como das aplicações médicas de produtos derivados de organismos trans- gênicos. Muitos cientistas levantam questionamentos éticos pelo modo em que essa tecnologia interfere nos genomas dos organismos, modificando uma de suas características mais intrínsecas, a hereditariedade. Atualmente, com os novos conhecimentos sobre os mecanismos genéticos do envelhecimento, surgem propostas moralmente questionáveis de interferência no processo biológico natural do envelhecimento, como dietas de restrição calórica, uso exagerado de compostos antioxidantes e inclusive técnicas de intervenção no genoma para modificação de genes. A importância atual da gerontologia e da genética do envelhecimento está diretamente associada ao aumento da expectativa de vida das populações. Com isso, doenças típicas dos idosos, como Mal de Alzheimer, câncer e doenças cardiovasculares, ganham importância epidemiológica. O conhecimento dos mecanismos do envelhecimento pode levar a novas propostas terapêuticas para essas doenças, propiciando uma melhor qualidade de vida para as populações idosas, e não para tentar reverter um processo biológico natural, ou mesmo vender falsamente o elixir da juventude.
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