A verificabilidade em bioética: um novo princípio como dado epistemológico

Autores

  • Ramiro Meneses Instituto Politécnico de Saúde do Norte

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v2i3.7989

Palavras-chave:

Ética. Verificabilidade. Carnap.

Resumo

Segundo a perspectiva de R.Carnap, a ética é a filosofia dos valores decorrendo da leitura analítica das proposições lógicas da ética. Segundo esse filósofo do Círculo de Viena, os enunciados metafísicos são pseudo-enunciados e sem sentido. Esta afirmação de Carnap afeta o sentido dos enunciados éticos que possuem uma análise semântica. Disto surgirá uma ética analíti- ca ou uma moral proposional, que se apresenta à conduta moral segundo a lógica simbólica. A nova ética proposional enquadra-se numa semântica, que implicará uma natural fundamentação epistemológica. Uma das propostas fundamentais de Carnap revela-se no princípio da verificabilidade, que tem um novo aporte para a bioética, pois mostra que o sentido epistemológico da ética é salientado pela análise lógico-semântica no processo de interpretação. Segundo Carnap, a ética pode ser descrita em duas leituras epistemológicas: uma metafísica e outra lógico-formal. As posições originais desse autor apontam que as éticas estudam os sentidos semânticos das moralidades e dos fatos empíricos, contribuindo para um novo estatuto epistemológico, que advêm do princípio da verificabilidade. Por forma analítica, a ética, em Carnap, é referida como abordagem holística dos problemas da vida e das condutas, tarefa multidisplinar, onde a verificabilidade tem uma palavra e um significado lógico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ramiro Meneses, Instituto Politécnico de Saúde do Norte

Gandra e Famalicão e Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, Porto, Portugal.

Referências

Carnap, R. Scheinprobleme in der philosophie, Hamburg, Felix Meiner-Verlag, pp. 6-9.

________. Op.cit,. 1961, p. 8.

Carnap, R. Meaning and necessity, a study in semantics and modal logic, London, The University of Chicago Press, 1956. p. 205.

Carnap, R. Op. cit.,1961. pp. 10-1.

________. Op. cit.,1961. p. 12.

________. Op. cit.,1961. pp. 13-4.

Carnap, R. La costruzione logica del mondo, a cura di E. Severino. Milano, Fratelli Fabri Editori, 1966. pp. 113-7.

_________. Op. cit, 1966. pp.114-5.

Carnap, R. “Experience and meaning”. In: Philosophical Review, 43. New York, 1934. pp. 137-8.

De Finance, J. Être et agir. Paris, Beauchesse et ses fils, 1965. pp. 1-6.

Étxeberria, X. Temas básicos de ética, Bilbao, RCM, 2002. p. 24.

Carnap, R. Filosofía y sintaxis lógica. Chicago, The University of Chicago Press, 1950. p. 19.

________. Logical syntax of language. Chicago, The University of Chicago Press, 1951. pp. 10-25.

________.Introduction to semantics, Chicago, The University of Chicago Press, 1948. pp. 25-36.

Ricoeur, P. Soi-même comme un autre, Paris, Éditions du Seuil, 1990. pp. 199-227.

Carnap, R. Op. cit., 1951. pp. 50-75.

_________. Op. cit., 1950. pp. 11-2.

_________. Op. cit., 1951. pp. 80-6.

_________. Op. cit., 1950. p. 7.

Sgreccia, E. Manual de bioética, I, Fundamentos e ética biomédica. São Paulo, Edições Loyola, 1996. p. 24.

_______. Op.cit.p. 57.

Carnap, R. Op. cit.. Scheinprobleme in der Philosophie. pp. 2-4.

________. Op. cit. p. 4.

Carnap, R. “Verificability, truth and verification”. In: Journal of Philosophy, 31. New York, 1934. pp. 144-8.

Blazquez, N. Bioética fundamental, Madrid, B. A. C., 1998. pp. 21-6.

Pannenberg, W. Fondamenti dell’etica, prospettive filosofico-teologiche. Queriniana, Brescia, 1998. p. 69.

Carnap, R. “Von der Erkenntnistheorie zur Wissenschaftslogik”. In: Actes du Premier Congrès International de Philosophie Scientifique, 8. Paris, 1935. pp. 1-16.

Schlick, M. “Die kausalitaet in der gegenwartigen physik”. In: Naturwis- senschaften, 19. Berlin, 1931. p. 165.

Carnap, R. Foundations of logic and mathematics, vol. 1, International Encyclopaedia of Unified Science. Chicago, The University of Chicago Press, 1939. pp. 10-5.

Elizari, FJ. Questões de bioética. Porto, Editorial Perpétuo Socorro, 1996. pp. 10-11.

Archer, L. et alii. Novos desafios da bioética. Porto, Porto Editora, 2001. pp. 23-4.

Carnap, R. Op. cit., 1956. pp. 207-9.

________. “Testability and meaning”. In: Philosophy of Science, 3. New York, 1936. pp. 14-5.

Carnap, R. Op. cit.1950. p. 22.

Wittgenstein, L. “Philosophische bemerkungen”. In: Schriften, Band 2, Frankfurt-am-Main: Suhrkamp, 1964. pp. 51-6.

Archer, L. et alii. Op. cit., 2001. pp. 20-3.

Flecha, JR. La fuente de la vida, manual de bioética. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1999. pp. 38-9.

Downloads

Como Citar

Meneses, R. (2006). A verificabilidade em bioética: um novo princípio como dado epistemológico. Revista Brasileira De Bioética, 2(3), 341–364. https://doi.org/10.26512/rbb.v2i3.7989

Edição

Seção

Artigos Especiais