O grande conflito: a mudança de paradigma na moderna relação médico-paciente
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v16.2020.31759Palavras-chave:
Autonomia. Ética médica. Justiça. Relação médico-paciente.Resumo
Durante um longo período da história da medicina a interação ética ideal entre médico e paciente se baseava em garantir ao primeiro total autonomia sobre os tratamentos ministrados, sem levar em conta, no entanto, a percepção do próprio paciente sobre as decisões e comandos que recaíam sobre o seu corpo, sua saúde e vida. Essa interação ética, qualificada por muitos como paternalista, não é mais uma realidade, frente à perceptível mudança de paradigma na relação médico-paciente vivenciada nos últimos anos. Neste sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar o panorama geral do desenvolvimento histórico da ética médica e sua situação no Brasil para, ao final, verificar a mudança de paradigma corrente na relação médico-paciente. Justificada em razão dos inúmeros conflitos médicos existentes na esfera administrativa e judicial, a breve pesquisa busca atender a anseios que atingem tanto a parte médica quanto o mundo do Direito. Ao final, se verifica que mudanças ocorreram durante a anamnese e terapêutica, contribuindo para que a decisão unilateral se transformasse em compartilhada; e, a seu modo, a relação médico-paciente, até então autoritária e paternalista, tornou-se em contratualista.
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