Reflexões a respeito do estigma da obesidade a partir do filme paraíso: quanto pesa o amor

Autores

  • I. M. Alencastro Instituto Nacional do Câncer
  • F. R. Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • E. P. Vargas Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • C. M. Seixas Instituto Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v14iedsup.26825

Palavras-chave:

Obesidade. Estigma. Peso corporal. Valores. Bioética.

Resumo

O peso corporal acima do padrão recomendado pelas instituições de saúde não está relacionada somente a um possível estado de doença, mas sobremaneira a aspectos de consumo de bens, serviços e da influência do biopoder sobre os corpos. O surgimento de uma sociedade lipofóbica atribuiu uma marca ao corpo obeso caracterizada por uma inadequação que exclui, isola e desqualifica o indivíduo fora do padrão estipulado. Como processo complexo e que se traduz nas imagens materiais e simbólicas produzidas foi imputada uma marca valorativa que alcançou outras dimensões subjetivas dos indivíduos como a capacidade e a competência psíquica, social e moral. A construção e a exigência de perseguir um modelo corporal ideal transformou a hierarquia de valores diante forma física. Valores estéticos sobrepujaram tanto os valores sensíveis como a felicidade assim como dos valores morais de justiça, liberdade, respeito e solidariedade. O isolamento social provocado pelo estigma da obesidade e o ideal de pertencer a um grupo considerado “normal”, magro e aceito pode provocar consequências graves diante da busca desenfreada por tratamentos, medicações, procedimentos cirúrgicos ou soluções milagrosas. O filme Paraíso - Quanto Pesa o Amor, dirigido por Mariana Chenillo ”“ México, 2013 ”“ conta a estória do casal Carmem e Alfredo interpretados por Daniela Rincón e Andrés Almeida que retrata as dimensões de estar acima do peso corporal permitindo refletir a respeito dos diversos aspectos que envolvem o estigma da obesidade e suas repercussões como os conflitos, as escolhas, os desejos e o reconhecimento de si e do outro.

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Biografia do Autor

I. M. Alencastro, Instituto Nacional do Câncer


Instituto Nacional de Câncer - INCA - Rio de Janeiro - RJ - Brasil. 

F. R. Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil. 

E. P. Vargas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil. 

C. M. Seixas, Instituto Oswaldo Cruz


Instituto Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro - Brasil.

Referências

A.M.Barreiro La contrucción social del cuerpo en las sociedades contemporáneas. Papers, 73, p. 127-152 (2004).

E. Goffman. Estigma: notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos(1988).

L.D. Castiel, M.S. Ferreira, D.R. Moraes, Ciência & Saúde Coletiva, 19, n. 5, 1523-1532 (2014).

PARAÃSO: Quanto Pesa o Amor?. Roteiro e Direção: Mariana Chenillo. Imovision,. (105 min) 1 DVD (2013).

S.S.Campos, F.R. Ferreira, C.M. Seixas, S.D. Prado, M.C.V.S.Carvalho, F.B. Kraemer Revista do HUPE, 14, n. 3, (2015).

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Publicado

2019-04-12

Como Citar

Alencastro, I. M., Ferreira, F. R., Vargas, E. P., & Seixas, C. M. (2019). Reflexões a respeito do estigma da obesidade a partir do filme paraíso: quanto pesa o amor. Revista Brasileira De Bioética, 14(edsup), 124. https://doi.org/10.26512/rbb.v14iedsup.26825

Edição

Seção

Suplemento