O aborto clandestino e a vulnerabilidade social no Brasil: desigualdade em saúde, direitos humanos e bioética de intervenção
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v14iedsup.24225Palavras-chave:
Aborto. Bioética interventiva. Desigualdades da saúde. Direitos das mulheres. Determinantes sociais da saúde.Resumo
A audiência pública do STF, ocorrida nos dias 3 e 6 de agosto de 2018, e transmitida ao vivo pelas maiores redes de televisão do país, desvelou uma realidade que se mantinha, até então, de certa forma, desconhecida, ou intencionalmente ignorada, pelo grande público, em razão dos conflitos morais que envolvem o tema: 1 em cada 5 mulheres já praticou o aborto e, dessas, metade necessitou de atendimento de serviços de saúde. Os dados do aborto clandestino no país e, em especial, o número de internações hospitalares, correntemente fatais, de mulheres em situação de vulnerabilidade foram trazidos à luz e apontam para um incontestável fato: a criminalização da prática abortiva não impede que estas mulheres continuem abortando.