WALTER BENJAMIN, LEITOR DE BAUDELAIRE
o poeta contra a multidão e a emergência da modernidade
DOI:
https://doi.org/10.26512/pl.v10i20.38753Palavras-chave:
Charles Baudelaire. Walter Benjamin. Modernidade. Poesia. Capitalismo.Resumo
A partir da análise da obra literária de Marcel Proust e, principalmente, da obra poética de Charles Baudelaire, além de textos filosóficos de Henri Bergson e Sigmund Freud, Walter Benjamin desenvolve, em Sobre alguns motivos na obra de Baudelaire, alguns conceitos-chave, como “experiência” (Erfahrung), “choque” e “vivência” (Erlebnis) e suas relações com o declínio da “experiência”. O fenômeno das massas das grandes cidades também é examinado com cuidado pelo autor, que localiza a figura do “choque” no âmago da obra de Baudelaire, partindo daí para diagnosticar o declínio da “aura” em sua poesia. Benjamin destaca o caráter único e visionário da poesia de Charles Baudelaire, analisando poemas de As flores do mal e também de Pequenos poemas em prosa para ilustrar o que viria a ser o ápice de sua missão: “a destruição da aura na vivência do choque”, a qual seria o preço da sensação da modernidade conquistada pelo poeta. O objetivo deste artigo é resgatar e atualizar a leitura que Walter Benjamin faz da obra de Charles Baudelaire, além de estabelecer relações entre o empreendimento crítico-literário do filósofo e algumas leituras mais contemporâneas sobre a emergência da modernidade, da qual o poeta francês foi, além de testemunha, sujeito determinante.
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