MÚSICA PARA NÃO SER OUVIDA

audição distraída a partir de Theodor Adorno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v12i26.48605

Palavras-chave:

Theodor Adorno. Walter Benjamin. Audição distraída. Música popular. Música de fundo.

Resumo

O presente ensaio tem como objetivo analisar a forma como Theodor Adorno trata do modo de recepção distraído das obras musicais. Partindo da distinção que Walter Benjamin faz entre recepção concentrada e recepção distraída da obra de arte, busca-se analisar por que para Adorno uma audição distraída não seria capaz de apreender a totalidade da obra musical. Em seguida, se investigará como a música popular condiciona a uma recepção distraída e por que a situação atual impede que o indivíduo se empenhe em uma audição concentrada. Por final, se examinará um fenômeno pouco presente na obra adorniana, a saber, a música de fundo. A ideia defendida aqui é que a música, quando cumpre a função social de servir de fundo, exige um tipo de distração mais profundo que aquele induzido pela música popular, gerando uma música que, em última medida, não é feita para ser ouvida.

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Biografia do Autor

Italo Luan Alves Souza, Unimontes

Aluno de graduação do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Tem interesse de pesquisa em Estética e Filosofia da Arte, principalmente a partir da obra de Theodor Adorno.

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Publicado

30-12-2023

Como Citar

Alves Souza, I. L. (2023). MÚSICA PARA NÃO SER OUVIDA: audição distraída a partir de Theodor Adorno. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 12(26), 341–358. https://doi.org/10.26512/pl.v12i26.48605

Edição

Seção

Ensaios