A CENTRALIDADE DO FOGO NA COSMOGONIA DO PITAGÓRICO FILOLAU
DOI:
https://doi.org/10.26512/pl.v11i22.41781Palavras-chave:
Filosofia antiga. Filolau. Cosmogonia. Fogo central. Héstia.Resumo
Filolau de Crotona é situado historicamente no período arcaico da filosofia, entretanto, diferente de outros filósofos desse período, o pitagórico aparece sempre de modo superficial em manuais de introdução à filosofia arcaica. Esse papel periférico de Filolau na literatura é incongruente, dado que é um filósofo que perpassa obras platônicas e aristotélicas, sendo citado explicitamente no Fédon. O próprio Platão já foi acusado de ter plagiado o sistema do pitagórico em seu diálogo Timeu. Filolau possui um sistema filosófico extremamente sofisticado para sua época, no qual há uma metafísica baseada na dissemelhança e na harmonia, bem como uma epistemologia baseada no número. No entanto, este artigo não se reduz a pensar somente o lado mais “científico” de Filolau, mas busca, também, compreender o âmbito em que ele viveu e como a prática dos ritos e mitos influenciaram seu trabalho filosófico. . Assim, o presente trabalho dedicar-se-á mais especificamente à compreensão do fragmento 44 DK B7, onde se diz que o centro do cosmos de Filolau é chamado Héstia ou lareira. Héstia era conhecida como a deusa virgem do lar, tendo como seu símbolo a lareira. Foram verificadas, então, as referências na literatura à deusa, aos ritos dedicados a seu símbolo em espaços privados e públicos, como o mégaron, e suas possíveis correspondências ao sistema do pitagórico, a partir de uma leitura hermenêutica.
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