KANT, CARNAP, PLANTINGA E A POSSIBILIDADE DE JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI
uma defesa essencialista da existência de dois tipos de verdades necessárias
DOI:
https://doi.org/10.26512/pl.v10i21.38528Palavras-chave:
Sintético a priori. Necessidade. Kant. Carnap.Resumo
O objetivo deste artigo é considerar as objeções de Carnap à inteligibilidade do conceito de juízos sintéticos a priori, elaborado por Kant na Crítica da razão pura. Para isso, será analisado o entendimento kantiano da sinteticidade a priori, distinguindo dois tipos de necessidade no trabalho teórico de Kant: a das verdades analíticas e a das verdades sintéticas a priori. Em contraponto, será também trabalhada a ideia de Carnap de que toda necessidade é lógica ou analítica, excluindo a possibilidade de proposições necessárias que sejam sintéticas a priori. Dessa maneira, a partir da análise dos trabalhos de Kant e Carnap, bem como de comentadores como Hanna (2004) e Loparic (2005), será defendida a possibilidade dos juízos sintéticos a priori, porém sem o comprometimento com a explicação dada pelo idealismo transcendental kantiano, considerando plausível a perspectiva essencialista de Plantinga (1974) e de Moreland e Craig (2021).
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