A LOUCURA NO PERCURSO DA DÚVIDA CARTESIANA E A OBJEÇÃO FOUCAULTIANA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v9i18.30100

Palavras-chave:

Descartes. Foucault. Loucura.

Resumo

No presente trabalho trataremos da questão referente à  menção aos loucos feita por Descartes na Primeira Meditação, a partir da reconstrução da dúvida natural até o ponto onde o argumento dos sonhos é exibido. Tal reconstrução servirá de apoio ao nosso intuito principal que é rever a noção de exclusão que Foucault, no livro História da Loucura, atribui à  relação entre o argumento da loucura e o do sonho, e sua objeção a não utilização da loucura, por Descartes, como uma das razões para duvidar. Propomos a hipótese de que Descartes não dá seguimento à  experiência da loucura, e passa dessa à do sonho em função da maior abrangência que a possibilidade constante de se estar sonhando concede no momento da dúvida dos sentidos. Por fim, delinearemos nossa conclusão de que a relação entre o argumento da loucura e o do sonho não é de exclusão, mas de continuidade.

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Biografia do Autor

Kellen Raquel Ramiro Xavier Araújo, Universidade Federal de Goiás

Graduanda em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás. 

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Publicado

31-08-2020

Como Citar

Ramiro Xavier Araújo, K. R. (2020). A LOUCURA NO PERCURSO DA DÚVIDA CARTESIANA E A OBJEÇÃO FOUCAULTIANA. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 9(18), 152–171. https://doi.org/10.26512/pl.v9i18.30100

Edição

Seção

Artigos