SE HÁ UM EQUÍVOCO NO CETICISMO ATRIBUÍDO A HUME

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v1i1.11488

Palavras-chave:

Hume. Ceticismo. Causalidade. Conhecimento.

Resumo

David Hume é comumentemente tido como um cético radical acerca do conhecimento causal. Isso porque o filósofo explicitamente declara que as inferências causais não procedem de uma operação da razão, mas da imaginação, de tal modo que, e neste ponto pretendo mostrar que tal interpretação sobre o texto é falha, é irracional crer em raciocínios causais. Pretendo indicar que é improvável que Hume tenha assumido tal posição e, além disso, que a atribuição desse tipo de ceticismo ao escocês é inadequada, pois depende de uma certa concepção de conhecimento, a qual Hume provavelmente não aderira. O ceticismo do filósofo se dirige com toda a carga contra a metafísica, tal como entendida em sua época, porém perde sua força contra a "ciência empírica". Para tanto, precisarei mostrar como é possível que um princípio não-racional - o hábito - atue para evitar o critério cético (a equipolência dos argumentos) e criar as bases para um possível saber. Isso passará pela explicação de como o hábito é condição de possibilidade do conhecimento e de uma aposta no "método", isto é, numa "lógica indutiva".

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Bittencourt, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Filosofia - Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013), graduação em Filosofia - Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2018) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2016). Atua principalmente os seguintes temas: Hume, causalidade, ceticismo e conhecimento.

Referências

ALBIERI, Sara. “Crença e Aceitação: A Teoria Humeana da Crença como Conhecimento Confiável”. In: GUIMARÃES, Lívia. Ensaios Sobre Hume: II Colóquio Hume. Belo Horizonte: Segrac Editora e Gráfica Limitada, 2005, p. 79-88.

ARISTÓTELES. The Works of Aristotle, v. 3. Trad. J. A. Smith, W. D. Ross. Oxford: Clarendon Press, 1908.

FOGELIN, Robert. Hume's Skeptical Crisis. Oxford: Oxford University Press, 2009.

HUME, David. A Treatise of Human Nature: Being an Attempt to Introduce the Experimental Method of Reasoning into Moral Subjects. Ed. Selby-Bigge/P. H. Nidditch, Oxford: Clarendon Press, 1978.

______. Enquiry Concerning Human Understanding. Ed. Selby Bigge/P. H. Nidditch, Oxford: Clarendon Press, 1975.

LANDESMAN, Charles. Ceticismo. Trad. Cecília Camargo Bartalotti. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

MONTEIRO, João Paulo. Novos Estudos Humeanos. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2003.

STROUD, Barry. Hume.London: Routledge & Kegan Paul, 1977

______. O Ceticismo de Hume: Instintos Naturais e Reflexão Filosófica. Trad. Plínio Junqueira Smith. Sképsis, São Paulo, vol. 4, n. 3, 2008. p. 169-192

Downloads

Publicado

30-05-2012

Como Citar

Bittencourt Santos, R. . (2012). SE HÁ UM EQUÍVOCO NO CETICISMO ATRIBUÍDO A HUME. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 1(1), 146–158. https://doi.org/10.26512/pl.v1i1.11488

Edição

Seção

Artigos