O riso do filósofo no momento da morte

Autores/as

  • José André Ribeiro Universidade Federal do Ceará

Palabras clave:

Platão;, Sócrates;, Fédon;, Riso e Morte

Resumen

Procura-se sempre dar um maior destaque ao sentido trágico da morte de Sócrates, encenada no Fédon, para interpretar o seu caráter exortativo, do que a outros possíveis sentidos. De fato, o Fédon representa na tranquilidade de Sócrates diante da morte uma característica de enfrentamento trágico, mas que não se reduz a um único modo de conduta. O diálogo promove, além disso, um contraste entre o sentido trágico das ações dos companheiros do filósofo e o olhar repreensivo de Sócrates diante desse comportamento. Diante da conduta emocionada de seus companheiros, que choram ao vê-lo ingerir o veneno e, ao mesmo tempo, reagindo a uma pergunta de Críton sobre como deveria ser enterrado (Phd. 115c-e), Sócrates acaba por “rir assim levemente” (γελάσας δὲ ἅμα ἡσυχῇ). A partir disso, a proposta deste trabalho é desvendar o sentido dessa tranquilidade da alma, procurando superar uma interpretação puramente trágica da morte de Sócrates, para situar como o contexto do diálogo se desdobra em um “riso leve” do filósofo diante das preocupações dos seus companheiros. Para tanto, o trabalho tem o objetivo de tentar compreender quais seriam as consequências filosóficas desse estranho comportamento de Sócrates no contexto geral do diálogo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

José André Ribeiro, Universidade Federal do Ceará

Instituto Federal da Bahia. Doutorando Universidade Federal do Ceará.

Citas

ARISTÓFANES. (2014). As rãs. Trad. Trajano Vieira. São Paulo: Cosac Naifa.

ARISTÓTELES. (2011). Poética. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

BERNABÉ, A. (2011). Platão e o orfismo: diálogos entre religião e filosofia. São Paulo: Annablume Clássica.

BLOCH, E. (2002). Hemlock poisoning and the death of Socrates: Did Plato tell the truth? In T. C. Brickhouse & N. D. Smith (Eds.), The trial and execution of Socrates (pp. 255”“278). New York: Oxford University Press.

BRANDWOOD, L. (1976). A Word Index to Plato. Leeds: W. S. Maney & Son Limited.

BRICKHOUSE, T. C., & SMITH, N. D. (2004). Plato and the trial of Socrates. New York: Routledge.

GILL, C. (1973). The Death of Socrates. The Classical Quarterly, 23(No. 1), 25”“28.


JAEGER, W. (2003). Paidéia. (A. M. Parreira, Trans.). São Paulo: Martins Fontes.

NAILS, D. (2002). The People of Plato: A Prosopography of Plato and Other Socratics. Indianapolis: Hackett.

NUNES SOBRINHO, R. G. (2007). Mito e argumento no “Fédon.” Uberlândia: EDUFU.

PLATO. (1999). Euthyphro, Apology, Crito, Phaedo e Phaedrus. Trad. Harold North Fowler. Cambridge: Harvard Univesity Press. (Loeb Classical Library).

PLATO. (1967). Platonis opera, vol. 1. Ed. John Burnet. Oxford: Clarendon Press.

RIBEIRO, A. M. (2010). As belas mortes de Sócrates e o encantamento da celebração dos mortos em Atenas. Educação E Filosofia, 24, p. 39”“53.

SANTOS, J. G. T. (2008). Para ler Platão, vol. 1: A ontoepistemologia dos diálogos socráticos. São Paulo: Edições Loyola.

SULLIVAN, J. (2001). A Note on the Death of Socrates. The Classical Quarterly.

WILSON, E. (2007). The Death of Socrates: hero, villain, chatterbox, saint. Londres: Profile Books.

Publicado

2016-11-07

Cómo citar

Ribeiro, J. A. (2016). O riso do filósofo no momento da morte. PHAINE: Revista De Estudos Sobre Antiguidade, 1(1), 51–66. Recuperado a partir de https://periodicos.unb.br/index.php/phaine/article/view/7183

Número

Sección

Artigos