O atomismo segundo Aristóteles
pluralismo ou monismo?
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Filosofia antigaResumen
À primeira vista não há dúvida de que o atomismo de Leucipo e Demócrito seja um tipo de pluralismo. A teoria é bastante direta e objetiva: as coisas que existem no mundo sensível são compostas de outras coisas (no plural) muito pequenas e indivisíveis, chamadas átomos, que existem em número infinito e com uma variedade infinita de formas. Além disso, existe o vazio, que também participa da composição dos corpos sensíveis. Mas há, segundo Aristóteles, outro modo de explicar o atomismo que parece indicar apenas dois princípios: o pleno e o vazio. O pleno seria aquilo que é cheio e ser; e, portanto, não-vazio, que é um tipo de não-ser, mas que não é menos do que o ser. Nesta forma de entender o atomismo, os corpos sensíveis seriam derivados de modificações no pleno, exatamente como sustentam os monistas. A estas modificações Aristóteles chama de rarefação e condensação. Neste esquema, o vazio interno aos corpos sensíveis, seria aquilo que permite que ocorra rarefação e condensação: quanto mais vazio, mais raro; quanto menos, mais denso. Se se levar em conta que, para Aristóteles, não pode existir algo como o vazio, especialmente o vazio externo aos corpos, um atomismo sem o vazio, cujo princípio fosse o pleno, seria um tipo de monismo, como o de Anaxímenes ou Diógenes de Apolônia. Até que ponto, então, para Aristóteles, o atomismo se enquadra definitivamente nestas categorias: monismo e pluralismo?
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