um convite à antropologia desenhada
DOI:
https://doi.org/10.26512/mgraph.v1i1.50Keywords:
Metalinguagem, Poéticas ContemporâneasAbstract
Enquanto método de pesquisa e modo de exposição do conhecimento, o desenho ocupa um lugar subalterno, para não dizer invisível, na antropologia contemporânea. Nos primórdios da disciplina, o desenho figurava, ainda que timidamente, como um dos componentes metodológicos do trabalho campo e de apresentação dos resultados finais. Porém, com o advento da fotografia e do cinema, a história da moderna antropologia passa a ser contada através dessa feliz (?) coincidência tecnológica. Então, a pergunta que sublinha o desaparecimento quase completo do desenho é a seguinte: por que antropólogos se dariam ao trabalho de desenhar, se podem fotografar e filmar?
A fim de responder a esta pergunta, o presente manifesto foi escrito como um convite à antropologia desenhada, o que significa, em primeiro lugar, uma abertura aodesenhar. A relação de poder é bastante simples: primeiro é preciso saber que podemos desenhar. Estamos falando sempre de possibilidades, pois parece ser esta a tarefa mais importante em relação ao desenho na antropologia agora: abrir espaço para o desenhar e, em consequência, para o desenho.
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