um convite à antropologia desenhada
DOI:
https://doi.org/10.26512/mgraph.v1i1.50Palavras-chave:
Metalinguagem, Poéticas ContemporâneasResumo
Enquanto método de pesquisa e modo de exposição do conhecimento, o desenho ocupa um lugar subalterno, para não dizer invisível, na antropologia contemporânea. Nos primórdios da disciplina, o desenho figurava, ainda que timidamente, como um dos componentes metodológicos do trabalho campo e de apresentação dos resultados finais. Porém, com o advento da fotografia e do cinema, a história da moderna antropologia passa a ser contada através dessa feliz (?) coincidência tecnológica. Então, a pergunta que sublinha o desaparecimento quase completo do desenho é a seguinte: por que antropólogos se dariam ao trabalho de desenhar, se podem fotografar e filmar?
A fim de responder a esta pergunta, o presente manifesto foi escrito como um convite à antropologia desenhada, o que significa, em primeiro lugar, uma abertura aodesenhar. A relação de poder é bastante simples: primeiro é preciso saber que podemos desenhar. Estamos falando sempre de possibilidades, pois parece ser esta a tarefa mais importante em relação ao desenho na antropologia agora: abrir espaço para o desenhar e, em consequência, para o desenho.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Aina. 2013. Conquistas cosmológicas: Pessoa, casa e casamento entre os Kubheka de KwaZulu-Natal e Gauteng. Tese de Doutorado. http://www.scribd.com/doc/213455720/2013-AinaGuimaraesAzevedo; acesso em 17/07/2014.
BARBOSA, Andréa e TEODORO DA CUNHA, Edgar. 2006. Antropologia e Imagem. Rio de Janeiro: Zahar.
BELARDI, Paolo. 2014. Why Architects Still Draw: Two Lectures on Architectural Drawing. The Mit Press: Cambridge, Massachusetts, London, England.
CAIUBY NOVAES, Sylvia. 2004. “O uso da Imagem na Antropologia”. In SAMAIN, Ethienne (org.). O fotográfico. São Paulo: Hucitec e SENAC.
COLLOREDO-MANSFELD, Rudi.1999. “Sketching as an Ethnographic encounter”. In Native Leisure Class: consumption and cultural creativity in the Andes. The University of Chicago Press: Chicago. pp. 49-56.
COLLOREDO-MANSFELD, Rudi. Space, line and story in the invention of an Andean aesthetic. Journal of Material Culture 16(1) 3-23, 2011.
FLUSSER, Vilém. [1983] 2002. Filosofia da Caixa Preta ”“ Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
HENDRICKSON, Carol. 2008. Visual Field Notes: Drawing Insights in the Yucatan. Visual Anthropology Review, Vol. 24, Issue 2, pp. 117-132.
INGOLD, Tim. 2011a. “Part V ”“ Drawing making writing”. In Being Alive ”“ Essays on movement, knowledge and description. Londres e Nova York: Routledge.
_________2011b. “Prologue”. In Redrawing Anthropology. Materials, Movements, Lines. England: Ashgate.
KUSCHNIR, Karina. 2012. Desenhando Cidades. Sociologia & Antropologia. Vol. 02.04; 295-314.
KUSCHNIR, Karina. 2014. Ensinando antropólogos a desenhar: uma experiência didática e de pesquisa. Cadernos de Arte e Antropologia, Vol. 3, n° 2/2014, pag. 23-46.
LAGROU, Els. 2007. A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica (Kaxinawa, Acre). Rio de Janeiro: Topbooks.
MARKS, Claude. 1972. From the sketchbooks of the great artists. London: Granada. Publishing Limited.
NEWMAN, Deena. 1998. Prophecies, Police Reports, Cartoons and Other Ethnographic Rumors in Addis Ababa. Etnofoor, XI(2) 1998, pp. 83-110.
SALAVISA, Eduardo. 2008. Diários de Viagem ”“ desenhos do quotidiano. Lisboa: Quimera Editores.
RAMOS, Manuel João. 2004. Drawing the lines - The limitation of intercultural ekphrasis. In: Working Images
RAMOS, Manuel João. 2009. Traços de Viagem. Lisboa: Bertrand Editora.
RAMOS, Manuel João. 2010 [2000]. Histórias Etíopes, diário de viagem. Lisboa: Tinta da China.
TAUSSIG, Michael. 2011. I swear I saw this. Drawings in fieldwork notebooks, namely my own. Chicago and London: The University of Chicago Press.
WRIGHT, Pablo. 2008. Ser en el sueño: Crónicas de historia y vida toba. Buenos Aires: Editorial Biblos.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.