A floresta vista de cima
a categorização do mundo na língua dos Awa Guajá e na “língua” dos karawara
DOI :
https://doi.org/10.26512/rbla.v15i1.51951Mots-clés :
Categorização, Arte verbal, Awa Guajá, Karawara, Linguagem xamânicaRésumé
Nesta investigação, que associa linguística e antropologia, descrevemos e analisamos a diferença entre a variedade linguística falada cotidianamente pelos awa, humanos que habitam a terra, e por um conjunto de seres-espíritos denominados karawara, ou humanos que habitam o céu, tal como os Awa Guajá, um povo indígena que vive no noroeste do estado do Maranhão, concebem a distinção entre eles próprios e estas outras subjetividades com as quais estão em permanente contato. Essa população celeste se comunica com os humanos por meio de canções relacionadas ao universo xamânico. São canções que conectam os mundos dos vivos e dos espíritos, com grande importância para o sistema de cura e outras formas de conhecimento como a caça e a própria política awa, além de caracterizar uma estética discursiva singular. Neste trabalho, enfocaremos a diferença na categorização das referências e dos eventos/ações ao contrastarmos essas variedades, explicando o motivo de afirmarmos que existe, na língua Guajá, uma distinta classificação do mundo associada a cada uma delas.
Téléchargements
Références
Andrade, Lucia M. M. 1992. O Corpo e os Cosmos: Relações de Gênero e o Sobrenatural entre os Asurini do Tocantins. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Boas, Franz. 1940. Race, Language, and Culture. New York: Macmillan Company.
Brabec de Mori, B. 2012. About magical singing, sonic perspectives, ambient multinatures, and the conscious experience. Indiana 29, 73-101.
Bybee, J.L. and Moder, C.L. 1983. Morfological classes as natural categories. Language 59, 251-270.
Calheiros, Orlando. 2014. Aikewara: Esboços de uma sociocosmologia tupi-guarani. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ.
CONVENÇÃO PARA A GRAFIA DOS NOMES TRIBAIS. (1954). Revista de Antropologia, 2(2), 150–152. http://www.jstor.org/stable/41616540.
Epps, Patience and Danilo P. Ramos. 2019. Hup bi’id ɨd: Shamanic Incantation at the Nexus of Language and Culture. Journal of Linguistic Anthropology. Special edition edited by Anthony Webster and Edward Barrett.
Epps, Patience and Danilo P. Ramos. 2020. Enactive aesthetics: The poetics of Hup incantation. Journal of Linguistic Anthropology, 30(2), 233–257.
Fausto, Carlos. 2001. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: Edusp.
Fausto, Carlos. 2008. “Donos demais: maestria e domínio na Amazônia”. Mana. Estudos de Antropologia Social, 14(2):329-366.
Garcia, Uirá F. 2010. Karawara: a caça e o mundo dos Awa Guajá. Tese de Doutorado – Universidade de São Paulo, São Paulo.
Garcia, Uirá F. 2018. Crônicas de Caça e Criação. São Paulo: Hedra.
Garcia, Uirá F. and Magalhães, Marina M. S. 2021. Instituto Socio Ambiental. 2021. Disponível em: Povos indígenas no Brasil (Guajá): https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajá. Acesso em 4 de maio de 2021.
Givón, Talmy. 1979. On Understanding Grammar. New York: Academic Press.
Hale, Kenneth. 1992. Language endangerment and the human value of linguistic diversity. Language, 68(1), 36-42.
Jakobson, Roman. 1956. Two aspects of language and two types of aphasic diturbance. In: Fundamentals of language (by) R. Jakobson & M. Halle. The Hague: Mouton.
Jakobson, Roman. 2010. Linguística e comunicação. Tradução Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. 22. ed. São Paulo: Cultrix.
Kopenawa, Davi. and Albert, Bruce. 2015. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.
Lima, Tânia Stolze. 1996. O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi. In Mana. Estudos de Antropologia Social, 2(2): 21-47.
Magalhães, Marina and Garcia, Uirá. 2018. “The Categorization of References in the Guaja Language and in the ‘Language’ of the Karawara.” Presented at Amazonicas VII, Baños, Ecuador.
Magalhães, M., Praça, W., & Cruz, A. da. 2019. Gradação da omnipredicatividade na família Tupi-Guarani. Forma y Función, 32(2), 151-189. doi: http://dx.doi.org/10.15446/fyf.v32n2.80818
Mihas, E. 2019. Documenting Ritual Songs: Best Practices for Preserving the Ambiguity of Alto Perene (Arawak) Shamanic Pantsantsi ‘Singing’. Language Documentation and Conservation, 13: 197–230.
Müller, Regina Pólo. 1990. Os Asuriní do Xingu: história e arte. Campinas: Ed.Unicamp.
Regúnaga, María Alejandra. 2012. Tipología del género en lenguas indígenas de América del Sur. Bahía Blanca, Argentina: Editorial de la Universidad Nacional del Sur.
Rodrigues, Aryon Dall’Igna. 1984/85. Relações Internas na Família Lingüística Tupi-Guarani. Revista de Antropologia, vol. 27/28, USP, São Paulo.
Sapir, Edward. 1921. Language: An introduction to the study of speech. New York: Harcourt, Brace and Company.
Sherzer, Joel. 2002. Speech play and verbal art. Austin, Texas: University of Texas Press.
Stengers, Isabelle. 2018. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, nº69: 442-462.
Stengers, Isabelle. 2021. “Notas introdutórias sobre uma ecologia de práticas”, In Artecompostagem ’21: 09-27.
Tambiah, Stanley J. 1968. The Magical Power of Words. Man, New Series 3 (2): 175–208.
Taylor, J. R. 1992. Linguistic categorization. Prototypes in linguistic theory. Oxford: Clarendon Press.
Townsley, G. 1993. Song Paths: The Ways and Means of Yaminahua Shamanic Knowledge. L’Homme, 126-128: 449–468.
Urban, Wilbur Marshall. 1939. Language and reality. London: Library of Philosophy.
Viveiros de Castro, Eduardo. 1986. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar.
Viveiros de Castro, Eduardo. 2002. A inconstância da alma selvagem- e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify.
Viveiros de Castro, Eduardo. 2008. “Xamanismo Transversal: Lévi-Strauss e a cosmopolítica amazônica”. In Caixeta de Queiroz, Ruben & Nobre, Renarde Freire. Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG.
Whorf, B. L. 1956. Thought and Reality. Selected Writings of Benjamin Lee Whorf. Edición de John B. Carroll. Massachusetts, MIT.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Revista Brasileira de Linguística Antropológica 2023
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans RBLA acceptent les conditions suivantes :
a) Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, et l'œuvre est simultanément sous licence Creative Commons Attribution License, qui permet le partage de l'œuvre avec la reconnaissance de la paternité de l'œuvre et la publication initiale dans cette revue .
b) Les auteurs sont autorisés à conclure des contrats supplémentaires séparément, pour la distribution non exclusive de la version de l'œuvre publiée dans cette revue (par exemple, publier dans un référentiel institutionnel ou sous forme de chapitre de livre), avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans ce journal.
c) Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier leur travail en ligne (par exemple, dans des référentiels institutionnels ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des changements productifs, ainsi qu'augmenter l'impact et la citation de l'ouvrage publié.