A construção social de tempo baseado em eventos nas culturas indígenas Awetý, Kamaiurá e Huni Kuĩ
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbla.v16i1.51931Palavras-chave:
Tempo, Eventos, Cultura, CogniçãoResumo
Nas culturas Huni Kuĩ, Awetý, Kamaiurá, o tempo é concebido em termos de eventos sociais e ambientais; linguisticamente, tal concepção se materializa em palavras e expressões usadas no cotidiano, em atividades e práticas culturais, quando os falantes se referem a fatos que necessitam de marcas temporais, como planejar festas, plantios, colheitas e até a organização de um dia típico qualquer. Nesse contexto, o presente estudo trata de como se dá a lexicalização e a indexação de intervalos de tempo nas línguas e culturas enfocadas, através de um inventário linguístico de marcas temporais relativas aos estágios da vida, divisões do dia e da noite e intervalos sazonais que norteiam a vida social. Para tanto, o texto discorre sobre como o sol, a lua e as estrelas estão inseridos no processo de indexicalização de tempo baseado em eventos; como números, mãos, dedos, nós em uma corda e marcas em madeira são utilizados como indexicalizadores temporais; e como calendários híbridos e outros aspectos culturais representam intervalos de tempo baseados em eventos nessas línguas e culturas.
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