Estruturas interrogativas polares e informacionais na língua Zoró (família linguística Mondé, tronco Tupí)

Autores

  • Tiago Kapawandu Zoró
  • Quesler Fagundes Carmargos Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbla.v11i02.28508

Palavras-chave:

Língua Zoró, Família Tupí-Mondé, Estruturas interrogativas

Resumo

Neste trabalho, apresentamos as propriedades gramaticais das estruturas interrogativas polares e informacionais na língua Zoró, a qual é falada pelo povo Pangyjej. Esta língua pertence à família linguística Mondé (tronco Tupí), que compreende as línguas étnicas dos povos Ikólóéhj-Gavião, Cinta Larga, Paiter-Suruí, Aruá e Salamãy. Em termos descritivos, pretendemos mostrar que, para as construções de perguntas polares, a língua disponibiliza a partícula interrogativa te, que, ao ocorrer no início da sentença, tem a propriedade de interrogar toda a sentença. A fim de interrogar algum constituinte da sentença, este, no entanto, deve se realizar à esquerda da partícula te. Nas construções informacionais, por sua vez, a língua apresenta ao menos duas partículas com valor de pronome interrogativo: (i) a partícula me tem função de questionar um referente humano ou não humano em posições argumentais e não argumentais, substituindo o sintagma nominal sobre o qual se interroga; e (ii) a partícula a, por sua vez, tem por objetivo interrogar um referente que pertença a um conjunto delimitado de entidades familiares, determinado previamente no contexto discursivo. Por fim, serão examinadas ainda construções de perguntas informacionais de longa distância, que se caracterizam pelo referente interrogado ser um constituinte interno de uma predicação encaixada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Kapawandu Zoró

Licenciando em Educação Básica Intercultural na Universidade Federal de Rondônia.

Referências

Bontkes, Carolyn. 1985. “Subordinate clauses in Surui.” In Porto Velho workpapers, organizado por David L. Fortune, 189-207. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Bontkes, William, e Robert A. Dooley. 1985. “Verification particles in Suruí.” In Porto Velho workpapers, organizado por David L. Fortune, 166-188. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Bontkes, William. 1978. Dicionário preliminar Suruí/Protuguês-Português/Suruí. Porto Velho: Summer Institute of Linguistics.

Cabral, Ana Suelly Arruda Câmara, Kaman Kalapalo, Makaulaka Mehinaku Awetí, Sanderson Castro Soares de Oliveira, e Uraan Suruí. 2014. “Classificadores nominais em três línguas indígenas da Amazônia brasileira: ampliando tipologias.” Revista Brasileira de Linguística Antropológica 6, no. 1 (Julho): 165-193.

Cinta Larga, Anemã Irum. 2019. “Proposta para um acordo ortográfico da língua Cinta Larga (família Mondé, tronco Tupí)”. Monografia de Especialização, Universidade Federal de Rondônia.

Guerra, Maria Lacerda. 2004. “Aspects of Suruí Phonology and Phonetics.” Dissertação de Mestrado, Université Libre de Bruxelles.

Meer, Tine H. Van der. 1981. “A nasalização em limite de palavra no Suruí.” Estudos Lingüísticos 4: 282-287.

Meer, Tine H. Van der. 1982. “Fonologia da língua Suruí.” Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas.

Meer, Tine H. Van der. 1983. “Ideofones e palavras onomatopaicas em Suruí.” Estudos Lingüísticos 7: 10-25.

Meer, Tine H. Van der. 1985. “Case marking in Suruí.” In Porto Velho workpapers, organizado por David L. Fortune, 208-230. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Meyer, Julien e Denny Moore. 2013. “Arte verbal e música na língua Gavião de Rondônia: metodologia para estudar e documentar a fala tocada com instrumentos musicais.” Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi 8, no. 2: 307-324.

Meyer, Julien. “Pitch and phonological perception of tone in the Suruí language of Rondônia (Brazil): identification task of LHL and LHH tonal patterns.” In Proceedings of Interspeech: 13th Annual Conference of the International Speech Communication Association, Portland, 2012, 422-426. Portland: ISCA, 2012.

Moore, Denny. 1984. “Syntax of the Language of the Gavião Indians of Rondônia (Brazil).” Tese de Doutorado, City University of New York.

Moore, Denny. 1985. “Nominal Stem and Adjective Stem Incorporation in Gavião.” International Journal of American Linguistics 51, no. 4 (Chicago): 513-515.

Moore, Denny. 1989. “Gavião. Nominalizations as Relative Clause and Sentential Complement Equivalents.” International Journal of American Linguistics 55, no. 3 (Chicago): 309-325.

Moore, Denny. 1995. “Construções Nominais da Língua Gavião de Rondônia.” In Anais do IX Encontro Nacional da ANPOLL, Caxambu, 1995, 981-987. Caxambu: UFRGS.

Moore, Denny. 1997. “Estrutura de Cláusulas em Gavião de Rondônia.” Abralin 20 (Curitiba): 91-105.

Moore, Denny. 1999. “Tonal System of the Gavião Language of Rondônia, Brazil, in Tupian Perspective.” In Proceedings of the Symposium Cross-Linguistics Studies of Tonal Phenomena: Tonogenesis, Typology, and Related Topics, Institute for the Study of Languages and Cultures of Asia and Africa (ILCAA), Tokyo,1999, 297-310. Tokyo: Tokyo University of Foreign Studies.

Moore, Denny. 2002. “Verbos sem flexão.” In Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática e história. Atas do I Encontro Internacional do Grupo de Trabalho sobre Línguas Indígenas da ANPOLL, Tomo I, organizado por Ana Suelly Arruda Câmara Cabral e Aryon Dall’Igna Rodrigues, 139-150. Belém: EduUFPA.

Moore, Denny. 2005. “Classificação interna da família lingüística Mondé.” Estudos Lingüísticos 34: 515-520.

Moore, Denny. 2006. “Cláusulas Relativas de Gavião de Rondônia.” Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi 1, no. 1: 135-143.

Moore, Denny. 2009. “Construções causativas em Gavião de Rondônia.” Revista Moara 32: 159-170.

Moore, Denny. 2012. “Relative clauses in Gavião de Rondônia.” Typological Studies in Language 102: 243-252.

Moore, Denny. 2018. “Pessoa na língua dos Gavião de Rondônia.” Revista Brasileira de Línguas Indígenas 1, no. 1 (Janeiro/Julho): 15-22.

Ribeiro, Bráulia Inês Barbosa. 2000. “A fonologia da língua Cinta-Larga.” Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Rondônia.

Rodrigues, Aryon Dall’Igna. 1964. “Classificação do Tronco Linguístico Tupi.” Revista de Antropologia 12 (São Paulo): 99-104.

Rodrigues, Aryon Dall’Igna. 1986. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola.

Rodrigues, Aryon Dall’Igna. 2011. “Classificação da língua dos Cinta Larga.” Revista Brasileira de Linguística Antropológica 3, no. 2 (Dezembro): 205-209.

Silva, Izaias Euclides da. 2013. “Um ensaio histórico-comparativo dos lexemas nas línguas da sub-família Mondé (Família Tupi)”. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Rondônia.

Sona-Gavião, Iram Káv. 2019. “Nomes, verbos, adjetivos, posposições e predicações na língua dos ikólóéhj (Gavião, Fam. Mondé, Tronco Tupí).” Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília.

Stute, Horst. 1985. Os auxiliares dinâmicos da língua Gavião. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Stute, Horst. 1987. A ordem, a coerência e a ensenação nas orações em Gavião. Brasília: Summer Institute of Linguistics.

Surui, Naraiel Paiter. 2016. “Palavras Polissêmicas na língua Paiter Surui.” Monografia de Graduação, Universidade do Estado de Mato Grosso.

Tressmann, Ismael. 2000. “Estudo comparativo das construções verbais complexas e da ordem oracional entre as línguas Cinta Larga (Tupi-Mondé) e Pomerano (Germânica).” Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Downloads

Publicado

2019-12-29

Como Citar

Zoró, T. K., & Carmargos, Q. F. (2019). Estruturas interrogativas polares e informacionais na língua Zoró (família linguística Mondé, tronco Tupí). Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 11(02), 23. https://doi.org/10.26512/rbla.v11i02.28508

Edição

Seção

Artigos